Saúde Mental: precisamos de boca para falar e de ouvidos para escutar

por Mª Aparecida Costa
publicado em: atualizado em:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estipula o dia 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, com o objetivo de ampliar a discussão sobre os riscos de suicídio, conscientizar as pessoas sobre o assunto e com estas ações, reduzir o número de casos.

Boletim publicado pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) relata estudo recente da Unicamp em que se verifica que certa de 17% dos brasileiros pensaram em colocar fim à própria vida em algum momento, ter ideias suicidas é mais comum do que pensamos.

Diariamente no Brasil perdemos 32 brasileiros, vítimas de suicídio e a conta disto é muito alta, para cada caso de suicídio, estima-se que 6 a 10 pessoas sejam impactadas, sofrendo sérias consequências emocionais difíceis de serem reparadas.

São muitas as motivações para o suicídio, elas podem ser externas como desemprego, desesperança ou internas como depressão, ansiedade, dependência química, mas um fato é comum em todas elas: a maior parte das pessoas não desejam a morte e sim o fim do sofrimento.

Quando temos qualquer problema físico, quando sofremos um acidente, facilmente procuramos ajuda profissional. Por que é tão difícil pedir ajuda quando estamos diante de uma dor emocional? Por que se cria tantos estigmas?

Cada sociedade cria suas próprias crenças, e a procura por uma sensação de bem-estar, por um sentimento de felicidade aparece, na maioria delas, como um estado emocional em que se conquista sozinho. É como se precisássemos estar sempre bem e despreocupados.

E não é assim… todos nós temos as nossas próprias sombras, nossas bolhas, nossos momentos de tristeza e sentimentos de incompletude e, precisamos ter espaços para falar mais sobre isto.

É preciso boca para falar e ouvidos para escutar. Ouvidos que consigam acolher sem aconselhar ou julgar, com respeito e empatia, sem se preocupar em apontar soluções, nem dar exemplos de como resolveu suas próprias situações.

Qualquer um de nós pode ser um conforto, um ombro amigo, uma mão que oferece apoio. Mais livres de medos e preconceitos, qualquer um de nós pode ouvir, avaliar a complexidade do caso e a necessidade de acompanhamento especializado em saúde mental.

E caminhar juntos, na perfeição de sermos imperfeitos e na convicção de que no aconchego humano, nos fortalecemos.

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Capa: Photo by Jake Thacker on Unsplash

Para saber mais:
Centro de Valorização da Vida (CVV)

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