A contribuição da Comunicação não-violenta nas relações humanas

por Bárbara Bezerra
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Você já se sentiu não compreendido (a) pelas pessoas?

Já expressou sua raiva de maneira que até se sentiu aliviado depois, mas que você percebeu que gerou um afastamento da outra pessoa? Que ao invés de se conectar com o outro você o afastou ainda mais?

O Psicólogo norte americano Marshall Rosenberg, sistematizou a comunicação não-violenta há mais de 50 anos, em seu livro: Comunicação Não-violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais, onde explica que por vezes essa raiva acontece pela visão alienante da vida que temos.

Visão alienante. Como assim? Partimos do julgamento do outro, o que ele fez de certo ou errado, mas no fundo a nossa raiva está relacionada aos nossos sentimentos e necessidades não-atendidos.

Leia esta história e compreenda melhor:

Naquele dia a esposa estava irritada porque havia caprichado no jantar. Era o aniversário de casamento deles e o marido tinha acabado de ligar avisando que iria se atrasar e desligou o telefone rapidamente. Mas que insensível e egoísta, pensou ela. Não está se importando com nosso casamento, deve estar cansado de mim. O marido na verdade teve uma reunião com o chefe no trabalho e não pode sair antes. Quando saiu estava ansioso para ir pra casa porque sabia que era um dia especial! Queria ter tido tempo para comprar flores pra ela, mas o trânsito intenso não permitiu. Ligou rapidamente pelo celular, mas desligou para não se distrair na direção.

Veja: por trás dos rótulos que a esposa coloca no marido de insensível e egoísta, há uma mulher que se sente decepcionada e solitária porque gostaria de estar mais tempo na companhia do marido.

Com esta reflexão quero propor que assumamos a responsabilidade dos nossos sentimentos e necessidades não atendidos, ao invés de julgarmos os outros. Não é uma tarefa fácil, mas é possível.

Quem está certo ou errado?

A comunicação não violenta contribui para que as pessoas possam se comunicar de forma mais clara. expressando seus sentimentos e necessidades em suas relações no dia a dia, percebendo os sentimentos e necessidades dos outros, colocando- se no lugar do outro e observando as coisas como ele as vê – Esse é o conceito da empatia.

Meu desejo aqui é despertar a compaixão, por si e pelo outro.

E para concluir, deixo a frase do poeta sufi Rumi: Entre as fronteiras do certo e do errado existe um campo e eu me encontro com você lá!

Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.

Capa: Photo by Josh Calabrese on Unsplash

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