Prevenção do Câncer Bucal

por Bárbara Bezerra

Há 2 anos fui à casa de meus tios visitá-los e meu tio falou que há 3 meses havia extraído o dente e não parava de doer. Voltou algumas vezes ao dentista e ele achou melhor encaminhá-lo para a faculdade de odontologia no setor de estomatologia.

Sou cirurgiã-dentista e na casa dele não havia luvas para examiná-lo. Mesmo assim peguei 2 colheres e colocando-o num lugar mais iluminado constatei que realmente havia uma lesão abaixo da língua, estendendo-se para assoalho de boca (chão da boca).

Fiquei angustiada porque achei se tratar de um câncer de boca. Falei para minha prima que precisávamos agilizar o atendimento dele. Ele tinha consulta na estomatologia só no final do mês e então conseguimos uma consulta pra ele na Unidade Básica de saúde (UBS) no dia seguinte com a dentista, porque falamos da nossa desconfiança dele estar com uma lesão grave.

No dia seguinte ele foi encaminhado para o setor de estomatologia da prefeitura do centro de especialidade odontológica (CEO) e foi feita a biópsia. Vale um adendo aqui: No Estado de São Paulo se o paciente procura o serviço de odontologia manifestando a necessidade de passar em consulta por achar que está com uma ferida na boca que pode se tratar de câncer, o atendimento dessa pessoa é priorizado. Passa-se na frente da fila. Quanto ao meu tio, 15 dias depois veio o resultado: Câncer de boca.

O primeiro atendimento foi rápido, mas o encaminhamento para o oncologista e a radioterapia e quimioterapia demorou meses e como o câncer já estava num estágio avançado, meu tio não resistiu e morreu.

O câncer de boca no Brasil atinge 15.000 pessoas ao ano, sendo 11.000 homens e 4.000 mulheres, em média. O diagnóstico precoce é fundamental para que o paciente sobreviva.

E o que está associado ao câncer de boca?

  • Bebidas alcoólicas;
  • cigarro;
  • exposição excessiva ao sol;
  • excesso de gordura corporal e
  • sexo oral sem proteção, por causa do HPV.

E quais são os sinais e sintomas?

  • Lesões ou feridas que não cicatrizam a mais de 15 dias;
  • Manchas /placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengiva, céu da boca ou bochechas;
  • Nódulos, caroços no pescoço;
  • Rouquidão persistente (mudança na voz).

Nos casos mais avançados:

  • Dificuldade de mastigação e de engolir;
  • Dificuldade na fala;
  • Sensação que há algo preso na garganta;
  • Dificuldade para movimentar a língua.

Fiquem atentos a esses sintomas e qualquer alteração procure um cirurgião-dentista ou um cirurgião-dentista estomatologista.

Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.

Contatos:
Instagram – @partilhandosaberes2020
YouTube – Partilhando Saberes

Parte deste texto peguei do site www.inca.gov.br

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