Como aproveitar o momento e melhorar a rotina alimentar pós pandemia.
A epidemia e as restrições impostas mudaram a rotina da alimentação de muitas crianças e agora, com as novas aberturas estipuladas pelo governo e a volta as aulas, é como se houvesse a possibilidade de rever antigas rotinas, melhorar o que for possível e adotar uma alimentação saudável para a criança.
Fazendo uma retrospectiva, antes da pandemia havia horários para tudo, como: café da manhã, aula na escola, lanche da manhã, almoço, para algumas crianças havia o inglês, balé, judô, lanche da tarde, escolinha de futebol, e assim por diante até o jantar. Mas como era a qualidade da alimentação dessa criança?
Estava tudo bem?
No Brasil, de acordo com o Ministério da saúde, uma em cada 3 crianças de 5 a 9 anos de idade está acima do peso, sendo que 13,2% delas já são obesas.
Abaixo dos 5 anos, 15,9% estão acima do peso. Entre os adolescentes (acima de 10 anos) 31,9% estão com excesso de peso e 12% obesos.
Criança e adolescente com excesso de peso têm mais chance de desenvolver doenças nas articulações, diabetes, doenças cardíacas, outras comorbidades e de se tornarem adultos obesos.
Segundo as estatísticas, os casos graves de Covid19 estavam relacionados a comorbidades e obesidade.
Pós pandemia
O Ministério da saúde afirma que a pandemia da Covid-19 agravou a situação do sobrepeso no Brasil pois afetou a alimentação, as emoções e aumentou o sedentarismo.
Agora, as recomendações são a prática de atividade física e escolhas mais saudáveis na alimentação.
Como criar hábitos de alimentação mais saudável com menos obesidade e mais imunidade:
Antes de tudo é aproveitar a infância dessa criança que nasce virgem de paladar e oferecer apenas alimentos in natura. Lembrar que a criança absorve os hábitos da família, vivenciando o modelo alimentar dos pais ou responsáveis.
Pequenas substituições podem fazer um grande diferencial no ganho de peso, portanto substitua:
a) Biscoitos recheados por biscoitos simples e dê apenas a quantidade a ser consumida (2 a 3 unidades e não o pacote inteiro). Ensine a noção de porções.
b) Salgadinhos de pacotes por biscoito de polvilho e ofereça 6 a 10 unidades e não o pacote inteiro.
c) Refrigerantes e sucos de caixinha por água mineral ou filtrada.
d) Frituras por assados. Troque a batata frita por batata assada
e) Doces e sorvetes por frutas na sobremesa.
f) Pão com frios (queijo, presunto, mortadela) por pão com manteiga ou requeijão
g) O leite não precisa de adicionais como chocolate em pó e açúcar. Ensine a criança apreciar o sabor do leite puro pois ele já é adoçado naturalmente (Lactose)
Criança necessita de atenção e não só de alimentação. Veja se não estão oferecendo alimentos quando na verdade a criança quer atenção. Evite estimular o hábito de preencher “o vazio de um momento” com um alimento.
Estimule a criança a participar da escolha dos alimentos e do preparo das refeições. Arroz, feijão, frutas, legumes e verduras são a base para uma alimentação saudável.
Doces fazem parte da infância, mas não precisam estar à disposição da criança diariamente. Eles são para momentos especiais como festas, passeios e comemorações. Para desenfrear o aumento da obesidade e reduzir os agravos dessa doença, o governo assinou em julho/21 a portaria que institui o PROTEJA – “Estratégia Nacional de Prevenção e Atenção a obesidade infantil”. Vale e pena conhecer esse programa, participar desse incentivo e fazer nossa parte.
Edina Aparecida T. Trovões
Nutricionista – CRN3-1579
E-mail: [email protected]
Fone: (11) 2307-1551
Matéria publicada inicialmente em Revista City Penha
Capa: Photo by Kelly Sikkema on Unsplash