Mãe com suspeita ou confirmação de Covid-19 pode amamentar?

por Edina A T Trovões

Sim, a mãe pode amamentar seu filho.

A recomendação da Organização Mundial de Saúde, Ministério da Saúde do Brasil e Sociedade Brasileira de Pediatria é manter o aleitamento materno desde a sala de parto, depois em livre demanda de modo exclusivo até seis meses.

Segundo eles existem vários estudos, até o momento, que demonstram que não há risco de passar o novo coronavírus (SARS-CoV-2) pelo leite materno e contaminar a criança.

O jornal The Lancet, que faz publicações médicas internacionais, publicou um trabalho onde os cientistas procuraram a presença do vírus no líquido amniótico, no sangue do cordão umbilical, no leite materno e swab da orofaringe do recém-nascido de mulheres gravidas e em aleitamento materno (todas com pneumonia causada pelo COVID-19) e não encontraram a presença do vírus em nenhum desses locais.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e Colégio de obstetrícia e Ginecologia de Londres, também confirmam a possibilidade de a mãe amamentar seu filho.

Uma exceção está no consenso dos cientistas chineses. Eles alegam que há a possibilidade de transmissão vertical do COVID-19, por isso, a amamentação deveria ser contraindicada, inclusive em casos suspeitos. Entretanto eles não apresentaram nenhuma prova que demonstre a transmissão do vírus através da gestação, parto e aleitamento materno.

RECOMENDAÇÕES:

imagem: OPAS

O vírus não passa para a criança através do leite materno, mas se a mulher estiver com Covid 19 pode passar por meio de gotículas respiratórias exaladas através da tosse, espirro, pela saliva ou secreção do nariz, por isso as mulheres que estiverem em bom estado geral e quiserem amamentar seus filhos devem:

  • Usar máscara facial (cobrindo completamente nariz e boca) durante as mamadas e evitar falar ou tossir durante a amamentação;
  • Trocar a máscara imediatamente em caso de tosse ou espirro ou a cada nova mamada;
  • Lavar com frequência as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos, antes de tocar o bebê. Se não for possível, higienizar as mãos com álcool em gel 70%; Além disso:
  • Ficar em isolamento domiciliar;
  • Utilizar máscara o tempo todo;
  • Se for preciso cozinhar, usar máscara de proteção, cobrindo boca e nariz todo o tempo;
  • Depois de usar o banheiro, lavar as mãos com água e sabão, limpar o vaso, pia e demais superfícies com álcool ou água sanitária para desinfecção do ambiente;
  • Separar toalhas de banho, garfos, facas, colheres, copos e outros objetos apenas para seu uso;
  • Sofás e cadeiras também não podem ser compartilhados e precisam ser limpos frequentemente com água sanitária ou álcool 70%;
  • Manter a janela aberta para circulação de ar do ambiente usado para isolamento e a porta fechada, limpar a maçaneta frequentemente com álcool 70%;
  • Higienizar com frequência o celular e os brinquedos da criança;
  • Manter distância mínima de 2 metros de qualquer pessoa.

Não há razão para evitar ou interromper a amamentação, pois os benefícios da amamentação são superiores ao risco de contágio pelo novo coronavírus, conforme já publicado pelas entidades citadas. Se a mulher não se sentir à vontade para amamentar diretamente a criança, deve ser respeitada e nesse caso poderá extrair o seu leite manualmente ou usar bombas de extração láctea (com higiene adequada) e um cuidador saudável poderá oferecer o leite ao bebê por copinho, xícara ou colher.

Edina Aparecida T. Trovões
Nutricionista CRN3- 1579
e-mail: [email protected]
Fone: (11) 2307-1551

Imagem de Capa: UNICEF

Matéria publicada na Revista City Penha

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