Não podemos esperar a perfeição para começar a Meditar

por Mª Aparecida Costa
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Aprender a tocar violão sempre foi um atrativo para mim, mas na tentativa de ensaiar a primeira letra musical, percebi o longo percurso até tocar uma única música.

Sem perceber, agi da mesma forma com a meditação. Consciente que é o caminho para aquietar a minha mente irrequieta, fiz vários cursos, tentei diferentes técnicas, até escrevi alguns textos sobre o assunto: Meditação SO HAM, Mindfulness, Vogal, Respiração 1.4.

E a prática? Inconstante. Perfeccionista que sou, queria ter no primeiro momento, a flexibilidade de corpo e a capacidade de concentração de um monge budista.

O que ouvia era o ruido de uma mente inquieta, o ruminar de emoções criando diálogos intermináveis, que de tão improváveis poderiam ser comparados à peças de teatro.

O cérebro – prisioneiro de tantos e inquietos pensamentos não permitia a quietude e o silêncio necessários. Mas todas estas tentativas não foram em vão, serviram de alicerces para o aprendizado e podem ser caminhos para muitos de nós.

Em meio a tantos encontros on-line organizados a partir do isolamento social como forma de controle da pandemia, encontro um grupo de meditação budista e ouço do tutor João Petry:

Iniciamos a meditação na imperfeição, não podemos esperar perfeição para começar. Quando a mente se distrai – não tem problema – gentilmente convide-a a voltar para sua morada. Com paciência, amorosidade, perseveramos.

Acalentada na alma e com o coração aquecido por este acolhimento, observo meus pensamentos, apenas os observo e permito que se esvaiam.

Estou percebendo como as atividades do meu dia a dia são feitas automaticamente. Percebo também que a busca pela “atenção plena”, por viver o presente, o “aqui e agora” não são atingidos por sinos repentinos e ruidosos. Não é mágica!

São sutis e lentas as mudanças e prazerosas. Sentir o sabor do café e ver a cor da minha xícara preferida, perceber o mini beija flor dançando em torno das flores silvestres, as flores de hibisco que ali sempre estiveram.

Estar viva, presente, serena e plena naquele instante, naquele momento que é, sem dúvida, o mais importante da minha vida.

Obs.: Participo da prática de meditação oferecida através do zoom pelo CEBB Darmata. Não é preciso ser budista para participar.

Instagram: @cebbdarmata

Capa: Imagem de truthseeker08 por Pixabay

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1 comentário

Qual o nome da sua raiva? | Viver Depois Dos 50 22.ago.2020 - 06:49

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