O Desafio da Convivência

por Bárbara Bezerra

Você já conviveu com uma pessoa considerada de difícil convivência?

E por que será que essa pessoa te traz essa dificuldade?

A verdade é que responder a essa pergunta não é fácil, pois cada pessoa é um universo de sentimentos e enxerga as situações na vida de forma diferente.

Posso falar por mim: quando eu me vejo em uma situação de me sentir desconfortável com certa pessoa, tento fazer um exercício de olhar para dentro e procurar perceber o que está me incomodando. Por exemplo, se trabalho com uma pessoa que arruma as coisas constantemente porque quer manter a ordem, mas eu prefiro organizar as coisas em períodos certos do meu dia, eu posso me sentir incomodado com essa pessoa, chamando-a de “cricri”.

Mas se sou eu quem tem necessidade de organização o tempo todo e estou sempre arrumando as coisas e convivo com alguém que não tem esse comportamento, posso achar essa pessoa “preguiçosa”.

Temos uma certa tendência a nos relacionarmos com pessoas que pensam iguais a nós, ou parecido e tudo o que for diferente de nós estabelecemos comparações, julgamentos e diagnósticos a respeito.

Ainda que querendo ajudar, quando queremos mudar o outro dando conselhos, querendo educar o tempo todo é provável que tenhamos um gasto de energia considerável e é pouco provável que a mudança aconteça. O mais fácil nessas situações é procurarmos aceitar o outro como ele é, mesmo que não consigamos entendê-lo.

Ou mesmo quando uma pessoa quer nos ditar o que precisamos fazer, muitas vezes retirando nossa necessidade de autonomia também nos causa desconforto e talvez o melhor que temos a fazer é falar com honestidade que precisamos de espaço para resolvermos as situações como desejamos, ainda que não seja o melhor caminho para o outro.

Quando uma pessoa vem com uma carga emocional conversar com a gente, sugere-se ouvir essa pessoa com atenção e isso implica em não dar conselhos, do tipo: “Se eu fosse você…”, não tentar educarViu o que aconteceu? Da próxima vez vê se faz diferente!”

Por dois motivos, primeiro porque eu vou diminuir a escuta do outro já pensando no que eu tenho para falar e resolver a situação dele e segundo porque todas essas falas nos remetem a um lugar superior de professor, juiz e isso nos desconecta com o outro.

Muitas conversas que escalam um conflito começam com frases de conselho, de educador.

Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.

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Capa: Imagem de wayhomestudio no Freepik

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