O ninho nunca estará vazio – Parte 2

por Mia Koda

Filha,

Quando você era bem pequenina, eu te observava dormindo e, vez ou outra, uma imagem invadia minha mente: a despedida.

Imaginava sua felicidade por passar no vestibular, cursar uma boa faculdade ou aceitar uma proposta de trabalho. As possibilidades sempre foram muitas, mas sempre eram boas.

Tentei me antecipar e me preparar para esse dia, pois eu sabia que ele ia chegar.

Que bom que eu estudei muito e me esforcei para compreender as coisas da mente! Isso tem me ajudado bastante.

Lembra quando você aprendeu a andar de bicicleta?

Eu te apoiava segurando pela garupa, mas quando se sentiu confiante, você pediu: “Solta mãe!”.

E eu soltei.

Você seguiu sem olhar para trás e isso garantiu seu equilíbrio.

Naquele dia, testemunhei sua vitória, da mesma forma que estou testemunhando agora. Não tão perto, mas vigilante.

Quanto a mim, sigo com minhas estratégias.

Percebi que o coração apertado e a cabeça distante não seriam bons aliados, por isso, tenho me ocupado e pedido a Deus por força e sabedoria. E ele tem me dado.

Força para encarar um dia de cada vez e sabedoria para compreender que essa é uma fase linda e necessária na sua vida. Estamos longe uma da outra, mas não afastadas.

Saiba que a distância sempre parecerá maior do que é e a saudade exigirá uma paciência extra, mas o amor, esse não muda, nem de forma e nem de tamanho.

Fique firme!

Mamãe

Mia Koda
Psicanalista e escritora
Autora dos livros “Pânico – Entendendo o transtorno” e
Nevoeiro – textos e poemas
disponíveis para venda pela Amazon
Instagram: @mia_koda_escritora

Continuidade do Texto: O ninho nunca estará vazio

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