Se te faço uma pergunta desinteressada: Qual caminho você escolhe, o da Saúde ou Doença? – Da saúde, claro – resposta certeira para uma pergunta óbvia.
Porém quando observo meu marido substituir o jantar por uma fatia generosa de bolo e pela manhã frustrar-se com os ponteiros da balança, reflito que “escolher saúde” não é assim tão óbvio. Passa por paladares, desejos, impulsos, convicções, oportunidades…
Passa por escolher entre colocar a roupa no varal ou ir para a academia, em dedicar tempo na compra e preparo de alimentos saudáveis ou sucumbir à batata frita no almoço amparada no conforto de pensar: “é o que temos para hoje”.
Por trás de toda decisão tem uma escolha e mesmo que as desconheça, falam mais de você do que você supõe, falam de como consegue priorizar a si mesmo dentro das oportunidades que aparecem… falam de como você vê, valoriza e pauta as suas necessidades.
Nem todas as decisões exigem lista de prós e contras. As dúvidas costumam ser tão sutis que a escolha acontece no instantâneo, protegidas pelo escudo da justificativa de que é só por hoje. Desta forma podemos preencher nossas vidas de imediatismo.
Amanhã (ou segunda feira) retomo a dieta, as caminhadas. Ah, na segunda feira acordo com disciplina suficiente para fazer tudo certinho. E de segunda em segunda lá se vai mais um ano.
Nem só de corpo vive o homem… esta frase nos remete pensar que saúde não se resume em boa alimentação e prática constante de atividade física. Há outros aspectos fundamentais e um deles é o emocional.
Estresse, depressão, conflitos, baixa autoestima, crenças negativas, agravam certas doenças e interferem diretamente em nossa qualidade de vida, além de contribuírem negativamente em nossas escolhas.
O desequilíbrio emocional desgasta, consome nossa energia vital, é tamanha a sua interferência em nossas escolhas que, por vezes, não conseguimos optar por uma boa caminhada mesmo sabendo que esta poderia nos restaurar o equilíbrio (ou ao menos parte dele).
Trocamos fácil uma atividade física, um cuidado pessoal por uma responsabilidade com a casa, o trabalho ou com a família. Nossa geração aprendeu a agir desta forma. Como resultado ao final do dia podemos ter uma pessoa sedentária, coluna dolorida, mas feliz, realizada e com a sensação de dever cumprido.
“Escolher saúde“também passa por oportunidades. Fico deslumbrada quando vejo na internet várias modalidades de esporte, lazer, cultura, tratamentos alternativos, um universo imensurável que nem todos tem acesso. Isto é fato!
Mas também é fato que Deus é brasileiro e herdamos hábitos alimentares simples, barato e rico em nutrientes. Também é fato que entre as modalidades de esporte e atividades físicas há muitas opções gratuitas ou de baixo custo.
Enxergar, conhecer e entender as dificuldades de “escolher saúde”, pode gerar caminhos e possibilidades de autoconhecimento, autovalorização e percepção de onde minhas portas emperram, de onde perco o foco de mim mesmo. E até de procurar ajuda quando e se necessário.
Precisamos acreditar que é possível construir na rotina do dia a dia um leque de alternativas que nos liberte da armadilha do adiamento, afinal o dia a ser vivido é hoje e o minuto é este. É este o momento que posso pensar em um almoço delícia, uma caminhada no parque, um mimo, um carinho, um gesto de autocuidado, um pensamento e um sentimento: eu me amo e posso escolher hoje, dentro das minhas possibilidades, atitudes que me façam bem!
4 comentários
Obrigada pelas ótimas dicas e orientações, sabemos, mas …
Então estes toques são sempre muito bem vindos.
Obrigada Tania por sua participação!! Beijos!!
Querida amiga Cida,
Após um período ausente, resolvi revisitar sua página Viverdepoisdos50. Está linda! Também resolvi ler com atenção seus posts como esse em que você reflete a respeito das escolhas que fazemos no dia a dia. Gostei muito da maneira como você desenvolveu o tema saúde e doença. Concordo com você que apesar de almejarmos a saúde, ela porém só será conquistada com hábitos saudáveis o que exige muita determinação e disciplina. Parabéns pelo texto.
Esta é um dos grandes desafios da vida, não é? Grata por sua participação!