Por estes dias, ouvi de uma amiga querida:
Certa vez me apaixonei por um homem. Ele era dono do restaurante que eu frequentava e me tratava com muita gentileza. Sempre que eu saia me dava um docinho, e dizia: – É para você, amor!
É tão bom ser bem tratada, receber mimos. A grande questão é que criamos expectativas com tudo isso. Somos carentes de gentilezas e mimos e alguns homens são especialistas… mas só nisto, não estão disponíveis para mais nada.
Criei expectativas, mas era só isso que ele tinha para oferecer. Um dia acordei… e em uma sessão de terapia falei para o meu psicólogo – cansei de migalhas, quero inteireza. Acho que esse amor só eu posso me dar.
Minha amiga está falando do amor próprio que tanto pregamos e que nem sempre exercitamos. Somos capazes de amar incondicionalmente nossos pais, filhos, amantes, amigos e até desconhecidos e quanto deste amor conseguimos nos dar?
Você consegue se amar incondicionalmente?
Talvez você esteja pensando – Claro que sim!
Você se ama ou apenas gosta de si mesmo?
– Mas não é a mesma coisa? Não!
Eu gosto de mim mesma quando me arrumo e gosto do que vejo no espelho ou quando faço alguma coisa legal. Nestes momentos me recompenso com amor.
E nos momentos em que a nossa aparência não agrada ou fazemos alguma coisa que não gostamos, conseguimos nos recompensar da mesma forma?
A grande verdade é que somos os mais severos punidores de nós mesmos.
Amor próprio e auto estima são construídos a partir de fatores semelhantes, ter um pode ajudar a construir o outro. Autoestima vem do orgulho de quem você é e do que você faz. Pode estar relacionado a apenas a um aspecto seu e da sua vida. Por exemplo, seu trabalho.
Já o amor próprio é o sentimento incondicional de amor, aceitação e valorização por si mesmo.
Aceitar quem somos, apesar das falhas e dos pontos frágeis que todos temos. É ter o desejo de se concentrar em você e no que te faz feliz.
A necessidade de criticar a si mesmo, questionar-se e qualificar demais os outros é um sinal que não estamos nos amando como deveríamos.
Para algumas pessoas o amor próprio pôde ser mais facilmente construído, desde a infância. Para outras é um exercício diário, mas que vale muito a pena!
Três aspectos importantes para a construção do amor próprio:
Auto cuidado
Tratar-se com gentileza, da mesma forma como trataria uma pessoa querida. Reservar um tempo para si mesmo(a) diariamente por mais que a sua rotina seja extenuante.
Priorizar na agenda o cuidado com os vários aspectos que envolvem a vida – física, mental, emocional e espiritual.
Cuidados com o corpo, com alimentação, caminhadas, hidroginástica, contato com a natureza, encontro com amigos, religiosidade,
Respeito por si mesmo
Não ficar o tempo todo criticando ou rechaçando a si mesmo. Aceitar e valorizar quem você é e como está no momento, mas manter uma atitude aberta de aprendizado e de reconhecimento dos seus limites.
Permitir ver-se como um ser humano que comete erros e aprende com eles, reconhecer que não somos perfeitos e nem devemos agir com perfeição.
Autoconhecimento
Quando nos desconhecemos, ignoramos o que nos entristece, motiva ou nos dá prazer. Muitas vezes nos comparamos com outra pessoa que parece lidar melhor com a vida.
Busque formas para conhecer melhor a si mesmo, melhorar a autoestima e o amor próprio: Refletir, fazer terapia, meditação.
É preciso manter a curiosidade para aprender, crescer e evoluir como um ser integral.
A construção do amor próprio exige um esforço consciente
É saudável buscar conscientemente a autovalorização, reconhecer as imperfeições e buscar qualidades em si mesmo. O esforço é um poderoso alimento do amor próprio.
O amor próprio é o que eleva você a respeitar-se, valorizar-se, colocar-se como prioridade, tratar-se com amor, estabelecer limites, ser fiel e perdoar-se a si mesmo.
Quem gosta de si mesmo suscita um respeito natural.
Vale a pena um reforço – Todos os dias ao acordar de manhã pare um tempo no espelho, olhe-se nos olhos (e não nas rugas do rosto ou nas alterações corporais).
Diga a você mesmo: eu me amo intensa e incondicionalmente. Aceito como estou neste momento, busco melhorar para mim mesmo e para o outro, a cada dia e amo todo este processo.
Amor próprio depois dos 50, 60, 70 é saber olhar-se para além dos padrões jovens de beleza. É perceber com amor, aceitação e respeito os sinais do tempo e da idade.
E tenho dito! 🙁
8 comentários
Ótimo texto, Cida. Importantes as dicas para a valorização pessoal.
Gratidão, meu amigo! Sua opinião sempre é muito importante para mim! Abração!
Adorei…td muito verdadeiro… Parabéns. Bj
Obrigada Maria Cecilia! Fico muito feliz que tenha gostado! Este retorno é o que nos incentiva! Abração!
Como é bom ler esses artigos e se sentir dentro deles…Gratidão…
Carmelita, que coisa boa! Então vou te dizer uma coisa – nos identificamos mesmo sem nos conhecer! Sabe que escrevo primeiro para mim. É um exercício, depois publico. Um grande abraço e fica por aqui com a gente, compartilhe, contribua com idéias.
Adorei seu texto. Muito claro, gostoso de ler e com dicas importantes para construir o amor próprio. Parabéns!!
Mara Barella, obrigada por seu comentário! Amei! Me deixou super feliz! Abração!