Cheio de manias, este cérebro inquieto, vive tentando compreender e explicar todas as coisas. Teimoso, tenta decifrar até mesmo os sentimentos.
Esquece, cérebro querido, que sentimentos não se explica, não há catálogo para pessoas e muito menos chek list. Com pessoas é bem mais simples – Meu santo bateu com o seu – Minha alma combinou com a sua!
Por vezes observo a conversinha do cérebro, esmiuçando curiosidades – Em que caixinha coloco esta ou aquela pessoa? E aquela, cabe em que dimensão?
E você, cérebro consegue ser ainda mais incoerente quando menospreza e tenta castigar o coração ao menor sinal de amor romântico não correspondido (ou não correspondido na mesma proporção) – Mas tú é bem idiota mesmo, amar uma pessoa que nem te nota…
O cérebro nunca aprende, vive tentando denegrir e encaixar sentimento tão sublime. Amor não se mede no despetalar de margaridas – mal me quer ou bem me quer? Amar não é jogo!
Amar é bom e nos deixa bem! Amor é cor, é vida, é respiração.
É amor recíproco? Ah isto também é relativo, amor não se troca e independe da resposta do outro para existir.
Amor não manipula, não retrocede. Amor se doa, esclarece, acolhe, abranda! O amor que você sente está em você, preenche primeiro a você antes de ser direcionado.
Basta sentir, curtir e aceitar sem condicionar. As condições estão nas regras de convivência e não nos sentimentos. Porque posso amar e decidir não estar junto. Nem todo amor deve ser vivido, nem todas as relações são sexuais e nem todas as experiências ganham dimensões que desatine o rumo da nossa vida.
Negar o amor é negar a si mesmo, é escolher substituir um sentimento positivo por um sentir negativo, é encher o coração de mágoas e ressentimentos.
E se você estiver pensando – Ah, mas esta tarefa é bem difícil! Digo a você: – Bem sei, quem ama cria expectativas e expectativas frustradas causam decepção e dor. Estes sentimentos também precisam ser reconhecidos, valorizados, mas não em nome de tripudiar o amor.
E saiba cérebro querido, que não estou falando de vitimismo, de escolher amores platônicos e viver na sofrência, mas de apropriar-se deste sentimento tão inebriante quando ele chega, fazer boa compreensão e bom uso. Inundar-se de amor, elevar a própria alma e deixar que a vida siga seu curso e seu movimento, permitindo-se viver outros momentos, outros toques, outros sentimentos.
A condição para o amor próprio é não ter medo do amor. Quando o bloqueamos, o fazemos por completo. Hoje eu escolho viver o amor, sem medo, sem urgências. Amar pessoas, a natureza, a mim mesma, aos animais. Hoje quero olhar para o coração e sem medo, percebê-lo em tons rosa.
4 comentários
Maravilhoso
Obrigada Aureliano!! Acompanhe o blog!! 🥰
Lindo texto!
Obrigada, garota!! Beijão!