Motivos de sobra para aproveitar a safra
Tratar dispepsia ou má digestão; estimular a saída da bílis pela vesícula e assim eliminar ácidos biliares e colesterol (ação colagoga) para evitar a formação de cálculos biliares; aliviar constipação intestinal (efeito laxativo); ajudar na eliminação de gases; com ação diurética entre outros benefícios, sem dúvida a alcachofra deveria fazer parte da rotina alimentar dos brasileiros.
Além disso é coadjuvante na redução dos triglicérides, do colesterol, da pressão alta, da glicemia e dos sintomas da síndrome do intestino irritável. Fornece também proteção contra o envelhecimento da célula.
Sua parte comestível é pobre em calorias, mas rica em nutrientes, como vitamina C, B1, B2, B5, sais minerais, água, fibras, compostos bioativos com atividade anti-câncer, ação anti-inflamatória e antioxidante.
Já as folhas, que também contém compostos bioativas e principalmente ácido fenólico como a cinarina são amplamente utilizada em tratamentos fitoterápicos.
Com todos esses componentes, a alcachofra pode ser classificada como alimento, que além das propriedades nutricionais possui ação medicinal. É alimento e remédio.
Na gastronomia é protagonista em vários pratos culinários.
Por essas e outras razões vale muito a pena aproveitar a safra da alcachofra que se inicia a partir de setembro.
Os dois tipos mais encontrados, para compra, são as arroxeadas com sabor suave e adocicado, e as verdes com cabeça grande, pétalas carnudas e suculentas.
Na hora da compra, escolha aquelas com folhas integras e não queimadas e com o caule bem firme.
O pé de alcachofra é inconfundível, quem vê uma vez jamais esquece.
Pertence à família das plantas com flores. Produz uma inflorescência na forma de um botão usada para consumo alimentar e onde se concentra seu valor nutricional.
Esse botão apresenta “pétalas” chamadas brácteas que muitas pessoas, após o cozimento, retiram uma a uma e raspam contra os dentes. Após a remoção das brácteas resta o coração ou receptáculo da alcachofra que é parte mais saborosa, carnuda e nobre desse alimento.
Nas folhas e raízes estão os princípios medicinais.
Como aproveitar os benefícios nutricionais
Culinária
A preparação é bem simples: após higienizá-la bem, cozinhe-a na panela de pressão com pouca água e temperos como alho, cebola, sal, tomate, folha de louro e pimenta, por cerca de 20 minutos. Coma a parte carnuda de cada folha e o coração acompanhados ou não, de molho feito com azeite, sal e pimenta-do-reino.
O coração, também serve de base para diversos pratos, como risotos, tortas, quiche, saladas, no molho do macarrão, como recheio de lasanha e rondelli, assado, na forma de patê, em brusqueta e enriquecendo outros pratos, agregando valor nutricional sem comprometer o sabor final.
Como utilizar na forma de remédio fito terapêutico
Essas indicações terapêuticas, foram aprovadas pela Anvisa (IN 02/ 2014).
As folhas são recomendadas para tratar sintomas de dispepsia funcional e hipercolesterolemia leve e moderada e as raízes para função diurética.
Preparo do chá, com as folhas em infusão:
Ferver 200 ml de água, apagar o fogo acrescentar 6g de folhas desidratadas, abafar e aguardar 5 minutos. Beber morno.
Uma xícara de chá, 3 vezes ao dia, antes das refeições.
Efeitos indesejáveis
A cinarina pode diminuir o volume de leite das mulheres que estão amamentando.
Deve ser evitada por pessoas que já possuem cálculos biliares pois o estímulo na vesícula pode agravar os sintomas.
Edina Aparecida T. Trovões
Nutricionista CRN3-1579
Email: [email protected]
Matéria publicada inicialmente em Revista City Penha
