Novas descobertas sobre vinho tinto
A ciência está cada vez mais interessada em estudar essa antiga bebida que já existia mesmo antes de Jesus Cristo e é preparada a partir da fermentação do mosto de uvas tintas.
Graças as boas condições de saúde dos seus consumidores, a ciência se aprofundou em entender seus compostos e como eles agem sobre a saúde humana. O que intrigava era: Por que os franceses que apesar do alto consumo de manteiga e queijos amarelos apresentavam baixas taxas de doenças coronárias? Seria o consumo de vinho tinto?
Logo identificaram a presença de compostos bioativas que, embora não sendo considerados nutrientes proporcionavam inúmeros benefícios para a saúde.
Esses compostos, chamadas de polifenóis, flavonoides e resveratrol mostraram ser capazes de diminuir os níveis de lipídeos no soro sanguíneo, aumentar o colesterol bom -HDL, diminuir o ruim -LDL-c, prevenir a obstrução das artérias, reduzir a pressão arterial, prevenir câncer e ter ação antienvelhecimento.
Esses compostos bioativas, também são os responsáveis pelo amargor, adstringência e a cor do vinho.
Mas o que a ciência descobriu além disto?
Fora os benefícios acima citados, já bem conhecidos pelos consumidores, estudos mostram também que estes compostos bioativos têm ação antialérgica, antiviral e protetora das células do fígado.
Além disso, tem o poder de prevenir e diminuir a progressão de doenças neurodegenerativas, metabólicas, cancerígenas e propiciar aumento da longevidade por possuir propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e antifadiga.
Novas descobertas sobre a ação do vinho na microbiota intestinal
Cada vez mais se sabe que há uma estreita relação entre a saúde do intestino, com a saúde mental e a imunidade.
Como existem vários fatores que podem provocar um desequilíbrio da microbiota intestinal (como infecção, estresse, alimentação pobre em fibras e rica em açúcar), então, vale a pena conhecer estratégias que auxiliam a saúde do intestino.
Estudo publicado no periódico The American Journal of Clinical Nutrition mostrou que o consumo de vinho tinto favoreceu a modulação na microbiota intestinal, ou seja, ele colaborou para reequilibrar as proporções de bactérias presentes no intestino.
É importante manter mais bactérias benéficas do que as patogênicas e o vinho tinto ajudou a aumentar a diversidade das bactérias boas, com a predominância de Parasutterella, Ruminococcaceae, Bacteroides e Prevotella, que são fundamentais para o bom funcionamento do intestino.
Cada um deles tem sua importância. O Parasutterella é considerado benéfico para a digestão de fibras, metabolismo de ácidos biliares e do colesterol.
O Ruminococcacea está ligado a prevenção de diarreia e produção de neurotransmissores contra a depressão Os Bacteroides e Prevotella, estão ligados à saúde intestinal, prevenção de doenças e fortalecimento do sistema imunológico.
Para ter esses benefícios o vinho tinto tem a recomendação de seu consumo moderado, que corresponde a duas taças para homens e uma taça para mulheres por dia.
Consumo maior que 250 ml por dia, é prejudicial à saúde e está associado a aumentos na mortalidade por várias causas.
Edina Aparecida T. Trovões
Nutricionista CRN3-1579
E-mail: [email protected]
Matéria publicada inicialmente em Revista City Penha
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