Ela entrou apressadamente no quarto e bateu a porta logo em seguida. Pensou: – Já não aguento mais esta situação!
Segundos antes dela entrar no quarto havia tido uma discussão com seu marido na cozinha. “Ele sempre quer estar certo nas nossas conversas, mas eu que tenho razão!”
Essa situação traz o paradigma da dominação. E o que é o paradigma da dominação?
Paradigma é um conjunto de crenças que alimentam umas às outras, formando uma visão de mundo.
E desde as primeiras civilizações, há mais de 8 mil anos percebeu-se a necessidade de ordem, equidade e evolução.
A estratégia para se conseguir essas necessidades foi a estrutura da dominação, ou seja, o uso da força ou autoridade para que haja obediência e, portanto, colaboração. Seguindo essa lógica os conflitos de poder começam a aparecer. Pessoas “certas” precisam de espaço para difundir e comandar. E nessa lógica do pensamento passamos a buscar uma única resposta, um único caminho correto, fechando o olhar para saídas criativas.
E dessa dominação nascem a culpa, o medo e a vergonha. A pessoa que não pensa da forma “correta” não se sente “adequada”.
Nesta história que conto sobre o casal, a mulher ficou com raiva porque queria “ganhar” a conversa, fazer prevalecer o seu argumento e o marido queria que o pensamento dele ou sua ideia predominasse, afinal de contas apenas um está certo.
Mas será mesmo?
Será que faz sentido pra você aquela frase: “Manda quem pode e obedece quem tem juízo?”
Será mesmo?
Deixo aqui pra você um exercício: o de aceitar o ponto de vista do outro, sem necessariamente querer entendê-lo porque se tentarmos entender o outro a partir do nosso olhar pode dar certo ou não, porque um ponto de vista é uma vista de apenas um ponto.
Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.
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Fonte: Instituto CNV Brasil
Capa: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
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