Um dia desses lembrei do filme Matilda que já assisti algumas vezes com meu filho. A cena era o seguinte: A Matilda e o irmão vão com seu pai na oficina dele para conhecerem seu trabalho. Então, seu pai começou a falar como lucrava com a venda dos carros que ele arrumava e a Matilda se indignou porque achou que seu pai poderia vender carros melhores para seus clientes.
Daí seu pai pergunta a ela:
— Você ganha dinheiro? Tem algum emprego?
— Não papai, mas as pessoas precisam de carros bons e você não pode vender carros bons.
O pai responde: — Escuta aqui sua metidinha: eu sou esperto e você é burra, eu estou certo e você está errada e não há nada que você possa fazer.
Bom, no fim Matilda ficou muito irritada e passou cola no chapéu do pai e o resultado dá pra adivinhar, né?
Embora seja uma cena engraçada, quando a mãe da Matilda tenta tirar o chapéu da cabeça do pai, o fato é que traz uma reflexão sobre violência. O pai foi violento no diálogo com a filha e ela foi violenta passando cola em seu chapéu.
Violência gera violência.
Qualquer coerção gera resistência da parte do outro porque ameaça sua autonomia e liberdade.
Nossos filhos são as pessoas mais próximas sob nossa responsabilidade e devemos buscar caminhos melhores para nos comunicarmos com eles.
Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.
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