Um dia desses conversando com uma amiga no trabalho, ela dizia como a sogra a incomodava porque chegava em sua casa e começava a cozinhar, fazer as coisas.
Daí algumas amigas solteiras que estavam ouvindo disseram: — nossa, seu marido tem algum irmão que você possa apresentar para a gente? Elas falavam isso pensando em como seria bom ter uma sogra que as poupariam desse trabalho. 🙂
Mas voltando para a inquietação da minha amiga, eu fiquei pensando sobre o que estava vivo nela. Ela pode se sentir irritada, magoada porque provavelmente precisa de espaço, de autonomia para fazer a comida da sua preferência, por exemplo.
Talvez ela precise de compreensão da parte da sua sogra em perceber todas essas necessidades não atendidas, vivas dentro dela. Essa história deixa a reflexão de quanto estamos ajudando realmente as pessoas em determinadas situações e o quanto precisamos aprimorar nossas percepções em relação ao outro.
Muitas vezes é necessário permitir que o outro resolva suas necessidades da maneira como lhe convém, utilizando suas próprias estratégias de ação.
Se vai acertar ou errar? Será que existe certo errado para uma determinada situação ou é o nosso olhar avaliador que diz isso? Sidarta Gautama o Buda dizia que se lembrava de todas as suas vidas pregressas e mesmo se lembrando dos caminhos que poderia dizer “equivocados” que ele percorreu foram exatamente esses caminhos que fizeram com que ele se tornasse a pessoa que se tornou.
Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.
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