O que todos deveriam saber.
Seguir uma alimentação adequada e ter uma hidratação eficiente pode prevenir complicações de saúde relacionadas a idade e ser um diferencial na qualidade de vida dos idosos.
Entender o processo de envelhecimento ajuda a diferenciar o que já é esperado (envelhecimento padrão ou senescência) do que é problema ou doença (senilidade).
No envelhecimento padrão:
- O paladar, o olfato e o apetite diminuem,
- Há redução na produção de enzimas digestivas tornando o processo digestivo mais lento e difícil,
- Ocorre perda de massa magra (músculos e ossos) e aumento do tecido gorduroso e, com isso, há redução no metabolismo e na força, aparece a lentidão nos movimentos e dificuldade no equilíbrio,
- O uso de vários medicamentos interfere na absorção dos nutrientes,
- O corpo perde a capacidade de perceber a sede,
- Há redução no consumo de água por mudanças anatômicas do trato urinário e aumento na incontinência urinária
Além disso e por conta dessas alterações, ocorrem mudanças nos hábitos alimentares:
- Idosos preferem alimentos mais doces ou mais salgados (devido alterações no paladar),
- Escolhem alimentos mais macios com tendência a comer mais carboidratos (são fáceis de mastigar e digerir),
- Comem menos carnes por dificuldade na mastigação e digestão,
- Bebem menos água.
Sem sede e com mais dificuldade em aceitar beber água há o risco de desidratação. Reconhecer os sinais dela não é simples e os sintomas podem passar desapercebidos.
O problema é que a falta de água afeta a função do fígado, rim, intestino, cérebro, olhos e articulações. Em casos graves ocorre confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, fadiga intensa e /ou aumento dos batimentos cardíacos.
Idosos tem mais risco de deficiência de nutrientes, que pode agravar ou favorecer o aparecimento de algumas doenças, inclusive as demências.
Seguindo a Diretriz da BRASPEN (Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral) de terapia nutricional no envelhecimento, é importante saber:
Idosos devem seguir uma alimentação saudável, equilibrada e variada, rica em frutas e vegetais, com adaptações nas consistências e nos nutrientes de acordo com a doença que apresenta.
Saudável significa comer mais alimentos in natura, frutas, legumes, leite, ovos, queijos, pães, cereais, batata, milho, carnes magras e macias e evitando os industrializados como biscoitos, bolos prontos, refrigerantes, salgadinhos, frios e embutidos.
Equilibrada é quando o prato da refeição ou o lanche tem um alimento de cada grupo, tudo muito colorido. Um carboidrato (cereais, pães e tubérculos), uma proteína (ovo, leite, queijo, carnes), vegetais e frutas.
Variada é conseguida quando se escolhe alimentos diferentes para cada refeição e para cada dia.
Os nutrientes em destaque são ferro, vitamina B12, Tiamina, cálcio e fibras, que são conseguidos com a alimentação acima. Quando a ingestão é pequena, o uso de suplemento nutricional em pó para idoso deve ser utilizado.
Quanto a água, a recomendação são 30 ml de líquido por quilo de peso corporal/dia, sendo para homens o mínimo, 2,0L e mulheres, 1,6L/dia. Essa quantidade pode ser conseguida através de chás, suco de frutas e gelatina caseira (feita com sucos de frutas e folha de gelatina sem sabor).
O momento da alimentação pode promover bem-estar psicológico e social ao idoso, além de inclusão e entretenimento, lembrando de respeitar as preferências e os limites.
Edina Aparecida T. Trovões
Nutricionista CRN3-1579
e-mail: [email protected]
Fone: (11) 2307-1551
Foto de Capa: Freepik
Matéria Publicada em Revista City Penha
