Marshall Rosenberg, autor do livro “Comunicação não-violenta”, trabalhou em presídios também para mediar conflitos e ensinar a comunicação não-violenta.
E diante desse trabalho ele cita uma conversa que teve com um presidiário que estava inconformado por não ter tido resposta pelas autoridades do pedido de um curso que ele queria fazer.
— Eles são uns burocratas sem alma! Dizia o prisioneiro.
E Marshall tentava retirá-lo do campo do julgamento para o mergulho em si mesmo. Ele disse ao prisioneiro: — Tente entender o que está acontecendo dentro de você, qual é a sua real necessidade?
Veja que Marshall retira o rapaz do lugar de julgamento onde ele se encontrava para levá-lo ao interior de si mesmo. Então o rapaz disse que estava com medo de não conseguir o curso porque precisava de uma profissão para não voltar para a cadeia quando saísse.
E Marshall o orientou a falar com as autoridades do presídio expressando seus sentimentos e necessidades ao invés de nutrir o olhar e postura do julgamento moralizador deles, porque eles perceberiam e provavelmente não concederiam o curso.
O rapaz fica em silêncio perante Marshall, mas três horas depois ele retorna para falar com Marshall e diz que queria tê-lo conhecido dois anos antes, porque ele não teria matado seu melhor amigo.
Quando sentimos raiva, muitas vezes é porque estamos fazendo julgamentos da atitude do outro e quando partimos para a violência é porque esta vem da crença que as pessoas que nos causam sofrimento merecem ser punidas.
Como diz Marshall: “Todo ato de violência é uma expressão trágica de uma necessidade não-atendida.”
Deixo o convite para praticarmos a consciência de nossas necessidades esta semana. Toda vez que você sentir algum desconforto, sentimento de angústia ou raiva, pergunte a si mesmo: Qual é a necessidade que não foi atendida em mim?
Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.
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