Fatos e mitos
No mês em que se comemora o Dia das Mães, vale a pena abordarmos o tema da amamentação, um hábito muito comum nas gerações anteriores e que precisa ser retomado, reorientado para as novas gerações.
Você que é avó, tia-avó, sabe de alguma gestante ou mãezinha com dúvidas em relação à este gesto de amor e cuidado, compartilha esta matéria. Divulgue, amplie informações de saúde.
É fato que uma alimentação adequada durante a amamentação traz benefícios tanto para a mãe, pois ajuda a perder o peso adquirido na gravidez, quanto para o recém-nascido, que receberá a alimentação mais apropriada às suas necessidades nutricionais.
E quanto aos mitos?
Existem vários e alguns deles passam de geração em geração, sem nenhuma fundamentação científica e chegam a comprometer a saúde da mãe e até desincentivar a mulher a amamentar.
Primeiros, vamos aos fatos:
A melhor alimentação para a mulher que amamenta, é composta de alimentos in natura, frescos e com os minimamente processados, ou seja, aqueles que a indústria não alterou sua forma original. O ideal seria, também, reduzir a ingestão de produtos industrializados, principalmente frios e embutidos, evitar o excesso de sal, açúcares e doces, utilizar pequenas quantidades de óleos e gordura.
A qualidade da alimentação da mãe é importante para a saúde dela, para melhorar a imunidade, disposição, ajudar na conquista do peso desejado, mas NUNCA vai ser o fator que define a qualidade nutricional e imunológica do leite materno.
Mulheres mal alimentadas ou subnutridas produzem leite da mesma qualidade que mulheres nutridas, isso graças a capacidade que o corpo tem em utilizar recursos metabólicos e reservas de nutrientes que garantem a qualidade do leite materno em quaisquer circunstâncias.
O que acontece é que, passam para o leite materno nutrientes e substâncias que a mãe acabou de ingerir e que podem ser bons ou ruins para a saúde da criança. Daí a preocupação com a alimentação da mãe.
Um exemplo: é aconselhável evitar qualquer tipo de bebida alcoólica e reduzir ao máximo o consumo de café, chá mate, chá verde, refrigerantes a base de coca, pois esses itens contêm substâncias estimulantes que passam para o leite e podem interferir no sossego e no sono do bebê causando agitação e insônia.
Outro exemplo: consumo excessivo de chocolate. Ele contém teobromina que é um estimulante e pode afetar a tranquilidade do bebê.
Agora, vamos aos mitos:
Feijões, repolho, rabanete, pimentão, brócolis, batata doce devem ser evitados pois causam cólicas no bebê. Isso é um mito, mas vale uma explicação:
Somente mulheres que tiveram partos cesariana devem evitar alimentos fermentescíveis nos primeiros dias pós-parto. Esses alimentos produzem gases intestinais que causam distensão abdominal aumentando mais o desconforto no pós-operatório.
Esses gases ficam no intestino da mulher e não passam para o leite materno, e por isso não irão causar cólicas ao bebê.
Beber cerveja preta aumenta a produção de leite. Além de mito é um risco para a saúde da criança. O que aumenta a produção de leite são líquidos como água, chás e sucos. O álcool passa para a criança através do leite materno causando sedação e dormência dando a falsa impressão de que ela está saciada e isso vai fazer com que ela mame menos e não ganhe peso.
Mulher que está amamentando deve evitar comer alimentos que podem causar alergia na criança, como amendoim, mariscos, ovos, laranja, leite de vaca.
Isso é mito: Já se sabe que, quanto mais tarde a criança entrar em contato com alimentos e produtos potencialmente alergênicos, mais exacerbada será a reação alérgica apresentada. O ideal é introduzir alimentos (saudáveis) a criança, a partir do sexto mês até no máximo aos nove meses de idade. Alimentação da mãe durante a amamentação.
Edina Aparecida T. Trovões
Nutricionista CRN3-1579
email: [email protected]
Fone: (11) 2307-1551
Matéria publicada inicialmente em Revista City Penha
Capa: Photo by Helena Lopes on Unsplash