Você gosta de chocolate?

por Bárbara Bezerra

Se você é adepto desse alimento derivado do cacau assim como eu e assistiu ao filme A fantástica fábrica de chocolate, em sua segunda versão com o Johnny Depp, deve ter se deliciado com tanto chocolate que viu. Realmente foi um filme muito bem-produzido, com imagens lindíssimas que chamam a atenção.

Mas o que mais me chamou a atenção foram as relações humanas ali dentro.

No filme foi lançado um sorteio para as crianças consumidoras do chocolate Wonka. Cinco tíquetes foram colocados dentro das embalagens de chocolate e as crianças de todo o mundo ficaram ansiosas na esperança de conseguir achar o tíquete e poder conhecer a grandiosa fábrica de chocolate de Willie Wonka.

Além disso, haveria um prêmio especial para aquela criança que se destacasse entre as cinco e quando as crianças sorteadas e seus responsáveis entram na fábrica ficam deslumbradas com tantas coisas que vêem, como rios de chocolate, árvores de doces. Tudo ali era comestível.

Porém existiam regras. E na ansiedade de conseguirem o que queriam, as crianças foram quebrando as regras e acabavam sendo punidas, de certo modo.

Uma delas, a menina Violet não escutou a recomendação do Sr. Wonka para não comer um chiclete-refeição e acabou estufando até se transformar em amora. Nesse momento, homenzinhos chamados Oompa Lompas, trabalhadores da fábrica, aparecem e começam a cantar uma canção narrando os fatos.

É uma cena engraçada de se ver, música e dança sincronizadas, mas se mergulharmos na mensagem que a cena representa percebemos um caráter violento. Cada criança que não obedeceu às recomendações foi punida de alguma forma.

Interessante é que vamos nos contaminando como expectadores, e até sentimos um prazer interno e concordância com a punição. Podemos pensar: Bem-feito! Não obedeceu mesmo! Foi merecido esse castigo!

O que gostaria de falar sobre essa perspectiva que apresento é que como seres humanos ainda temos a necessidade de fazer justiça com as próprias mãos quando sofremos um ato de violência. O problema é que quando pagamos na mesma “moeda” que recebemos, perpetuamos um ciclo vicioso.

Quando devolvemos uma agressão com compaixão demonstramos um comportamento superior, mais elevado, transformando um ciclo vicioso em virtuoso.

Que levemos essa mensagem para nossa vida para que nossas relações sejam mais doces.

Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.

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Capa: Imagem de Jill Wellington por Pixabay

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