O que posso pensar no meu aniversário de 65 anos?

por Mª Aparecida Costa

Estou há dias olhando para os meus cabelos brancos nesta foto, que adoro, e tentando entender o que significa completar 65 anos. Lembro que senti esta estranheza quando entrei na menopausa, a sensação era a de que meus seios murchariam do dia para a noite.

Na última aula de hidroginástica, brinquei que voltaria idosa depois do recesso da academia, as amigas zombaram dizendo que eu ganharia o passe livre do metro. 🙂

Tem ciclos da vida que representam marcos, assim é o marco da entrada na adolescência, da vida adulta, da menopausa. É como se existisse um portal que ao atravessarmos encontraríamos tudo diferente do outro lado. Como será do outro lado do portal da velhice, tenho que perguntar.

Ao mesmo tempo que me pergunto: o que poderá ser diferente desta sexta-feira com a anterior? O que será a vida além de uma sucessão de dias e ciclos, conquistas e desafios?

O que poderia ter maior significado do que viver o hoje como se apresenta, aceitar a própria condição e sobretudo agradecer ao simples ato de existir e respirar (por mais óbvio que isto possa parecer)?

Este foi um ano difícil, com tantas perdas e lutos que vivemos, tantos medos que ainda persistem, medo de abraçar, de ficar juntinhos, de formar grupinhos (e grupões). Talvez especialmente por isto, os 65° aniversário deva ser melhor comemorado.

Atravessei o portal da menopausa e descobri que 15 anos depois conservo minha feminilidade, sensualidade, meu gosto por aprender, meu amor pelo Natal, pelas pessoas, meu interesse pela vida. Espero encontrar amanhã, um dia depois do Natal, apenas o simples, o inerente ao próprio viver.

Vem vida que te quero… e muito!

Capa: Foto de Ana Sona

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