Adotar uma alimentação saudável não é meramente questão de escolha individual. Muitos fatores – de natureza física, econômica, política, cultural ou social – podem influenciar positiva ou negativamente o padrão de alimentação das pessoas.
Nossa alimentação tem um papel essencial na prevenção de doenças e até mesmo no tratamento delas. Mas o impacto do que comemos vai muito além disso. Pode interferir no equilíbrio do planeta! Atualmente tem se falado em dieta sustentável, são aquelas com baixo impacto ambiental e que contribuem não só para a qualidade e a segurança nutricional mas também com uma vida saudável para as gerações futuras.
Alimentos ultraprocessados, por exemplo, são formulações de alimentos e bebidas industriais feitas de substâncias e aditivos derivados de alimentos, muitas vezes contendo pouco ou nenhum alimento inteiro. Exemplos típicos são biscoitos e confeitos, nuggets de frango, bebidas adoçadas com açúcar, margarina e muitas refeições prontas. O objetivo do ultra processamento é criar
produtos alimentícios de marca, convenientes (duráveis, prontos para o consumo), atraentes (hiperpalatáveis) e altamente lucrativos (ingredientes de baixo custo), muitas vezes projetados para substituir todos os outros grupos de alimentos.
O rápido crescimento global do consumo de ultraprocessados significa que há uma necessidade urgente de examinar os impactos ambientais e de saúde desse consumo.
Recomendações sobre alimentação devem levar em conta o impacto das formas de produção e distribuição dos alimentos sobre a justiça social e a integridade do ambiente. A depender de suas características, o sistema de produção e distribuição dos alimentos pode promover justiça social e proteger o ambiente, ou, ao contrário, gerar desigualdades sociais e ameaças aos recursos naturais e à biodiversidade.
A opção por vários tipos de alimentos de origem vegetal e pelo limitado consumo de alimentos de origem animal e ultraprocessados, implica indiretamente na opção por um sistema alimentar socialmente mais justo e menos estressante para o ambiente físico, para os animais e para a biodiversidade em geral.
Por isso:
- Faça dos vegetais os protagonistas do prato, não só o acompanhamento; procure preencher metade do prato com verdura e legumes de pelo menos três cores diferentes;
- dê novos sabores à comida de origem vegetal, adicionando ervas, temperos e molhos diferentes a cada preparo;
- pense em receitas diversificadas e não mais do mesmo: vegetais assados, grelhados, em tortas ou omeletes; dê preferência a produtos regionais e sazonais; consuma mais comida fresca e caseira;
- frequente feiras livres; tenha uma horta.
Por: Cristina Marins
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Nutricionista com especialização em nutrição clínica, especialização em gestão de serviços de saúde públicos e especialização em gestão da vigilância sanitária, Reikiana
Coordenadora da vigilância sanitária de Diadema, membro do conselho gestor do CPN São Mateus, colaboradora com as dicas de nutrição no CPNotícias
(Fonte Guia Alimentar da População Brasileira, Sophie Deram).
Publicado em CPNotícias – Centro de Práticas Naturais de São Mateus – SP.
Capa; Imagem de Devon Breen por Pixabay