Existe felicidade no trabalho?

por Mª Aparecida Costa
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Em 1º de maio, Dia Internacional do Trabalho, acostumamo-nos a receber parabéns, prêmios, mas nem sempre somos convidados a pensar nas relações e nas condições de trabalho.

Vivemos em uma cultura em que se valoriza o ganho individual e neste contexto prevalecem a lei da competitividade, da exclusão e do preconceito.

E me pergunto: como conservar nossa humanidade e sobreviver à tudo isto? Aprendendo que a vida existe para e pelo trabalho e que nas realizações profissionais encontramos a felicidade?

É crescente os movimentos sociais buscando melhores condições de trabalho, porém, ainda são pequenos diante dos enormes problemas que enfrentamos em nosso País – baixos salários, assédio moral, sexual, racismo, iniquidades por gênero, ausência de programas de preparação para a aposentadoria.

Focando nas questões que envolvem a aposentadoria. Você já pensou nisto? Se respondeu que sim, você vive, viveu ou está próximo de viver o medo, o vazio e as incertezas da aposentadoria.

Quando me preparava para a minha devorei o livro Ócio Criativo de Domenico de Masi.

Foto: Pixabay

E carrego para mim uma de suas frases: “O ócio pode transformar-se em violência, neurose, vício e preguiça, mas pode também elevar-se para a arte, a criatividade e a liberdade.” 

Sonho um tempo que em todos entendam que o trabalho é um dos aspectos da vida e, embora possam ser fontes de prazer e realizações, viver focada no trabalho traz desequilíbrio e prejuízo para outros aspectos da vida.

Sonho um tempo em que todos entendam que precisamos reconhecer e respeitar as diferenças compreendendo-as como um elemento de complementariedade e não de ameaça ou exclusão, e que nas diferenças complementamos nosso eu, nossas tarefas e nosso viver.

Sonho um tempo em que todos ao completar 50, 60 anos, possam despir-se da identidade profissional e compreendam as possibilidades de produtividade prazerosa depois da aposentadoria.

E você, o que sonha quando pensa em trabalho?

Capa: Pixabay

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