Com o passar dos anos a capacidade de raciocínio, aprendizado e memorização do cérebro vai diminuindo, suas estruturas vão se degenerando em menor ou maior grau e nos piores casos culminam em demência.
A ciência ainda não sabe ao certo como tudo isso vai acontecendo, mas não está medindo esforços para entender esse processo e criar formas de prevenção e tratamento.
Pelo que mostram os estudos já existentes, a alimentação, exercícios físicos, atividades intelectuais e relacionamento social são peças-chaves para manter o cérebro mais saudável.
Mas o que exatamente faz a maior diferença?
Um estudo publicado em novembro de 2020, no The American Journal Of Clinical Nutrition, acompanhou 927 pacientes saudáveis durante 7 anos avaliando a saúde, composição corporal, uso de medicamentos, o desempenho do cérebro quanto a memória e raciocínio, estilo de vida e alimentação.
Após 7 anos, 237 pacientes desenvolveram demência, cerca de 26% do total, enquanto o restante permaneceu saudável.
Os pesquisadores perceberam que os pacientes que desenvolveram demência tinham um comportamento parecido, ou seja, ingeriam poucos vegetais (principalmente os carotenoides), ingeriam muito mais gorduras e calorias, tinham sintomas de depressão, diabetes e isso foi associado a pouca atividade física e baixa relação entre peso e estatura.
Por outro lado, os pacientes que comiam mais vegetais (principalmente carotenoides), participavam de algum tipo de atividade física e de alguma atividade estimulante do cérebro não apresentaram alto risco para
desenvolver demência ou Alzheimer.
O que mais chamou a atenção dos pesquisadores foram a importância do consumo de carotenoides. Parece que esses carotenoides evitam a deposição de β-amilóide no cérebro e formação de fibrilas que são
as causas do aparecimento da demência ou Alzheimer.
Carotenoides são os pigmentos de cor vermelha, amarela, laranja e verde escuro presentes nas frutas e vegetais. Nesse grupo estão incluídos a luteína, zeaxantina, licopeno, α-caroteno, β-caroteno e β-criptoxantina.
Esses pigmentos têm ação anti-inflamatória e antienvelhecimento comprovadas, além de serem importantes para a imunidade, reposição de células dentro do corpo, prevenção de câncer e da degeneração macular
ou cegueira. Sem esses carotenoides o corpo fica mais frágil e mais vulnerável a desenvolver doenças.
Veja onde encontrar essas substâncias e a melhor forma para consumi-las:
Frutas e vegetais de cor vermelha:
Melancia, ameixa vermelha, pitaya vermelha, goiaba vermelha, cereja, cranberry, beterraba, beringela, tomate e molho de tomate.
Frutas e vegetais de cor amarela e laranja
Damasco, pêssego, mamão, manga, tangerina, caqui, pimentão amarelo e vermelho, cenoura, abóbora, repolho roxo, abobrinha, milho verde cozido, páprica e açafrão.
Vegetais de cor verde escura
Couve, espinafre, alface romana, brócolis, agrião, salsa e cebolinha, ervilhas cozidas e pimentão verde.
Seria fundamental comer pelo menos um alimento de cada cor dessas, por dia. Use rotineiramente nas principais refeições ou até mesmo nos lanches intermediários.
Edina Aparecida T. Trovões
Nutricionista CRN3-1579
E-mail: [email protected]
Fone: (11) 2307-1551
Texto publicado inicialmente em Revista City Penha
Capa: Imagem de press 👍 and ⭐ por Pixabay