Ó DOR

por Mª Aparecida Costa
publicado em: atualizado em:

Depois dos cinquenta
A gente acorda todo torto
Quase ninguém aguenta
Porque dói o corpo todo
É câimbra nas pernas
Estalido nas patelas
E incontáveis varizes
Dor nas articulações
Fisgada nos tendões
E horríveis cicatrizes.

É espinhela caída
Dor nos quartos
Nó nas tripas
Esporão de galo
Bico de papagaio
Tonteira, desmaio
Verruga no nariz
No peito batedeira
Na cabeça leseira
E pedra nos rins.

Quando a gente fica coroa
É tanta dor no corpo
Que cai no sono à toa
Temendo acordar morto
E toda manhã levanta
Com secura na garganta
E sente o maior alívio
Quando olha no espelho
E vê que está mais velho
Mas que ainda está vivo.

Eduardo de Paula Barreto – Escritor

Livros Publicados: O Poetizador, Animus, Meus Aforismos, O Manipulador de Emoções, Manchetes e Versos, Argumentos, Meus Pensamentos, Nossos Mistérios, Poetizando a Natureza, Cotidiano, Fazendo Lambanças, Amor.

Intitula-se como uma pessoa que não se contenta com os cinco sentidos, por isso escreve poemas.

Capa: Imagem de Roger YI por Pixabay

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2 comentários

Marcelo Gesta 16.nov.2020 - 19:30

Excelente… Me sinto em casa..rsrr Quando puder, marcarei um café com vocês…

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Mª Aparecida Costa 17.nov.2020 - 06:36

Estamos em casa. Gosto do final do poema quando o autor nos lembra a importância de estarmos vivos (apesar das tantas dores). E ai incluo as dores emocionais, existenciais, espirituais. As dores que são os desafios da vida e nos fazem o contraponto para o bem viver aos 50, 60, 70 e mais.

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