A construção do Amor Próprio

por Mª Aparecida Costa

Por estes dias, ouvi de uma amiga querida:

Certa vez me apaixonei por um homem. Ele era dono do restaurante que eu frequentava e me tratava com muita gentileza. Sempre que eu saia me dava um docinho, e dizia: – É para você, amor!

É tão bom ser bem tratada, receber mimos. A grande questão é que criamos expectativas com tudo isso. Somos carentes de gentilezas e mimos e alguns homens são especialistas… mas só nisto, não estão disponíveis para mais nada.

Criei expectativas, mas era só isso que ele tinha para oferecer. Um dia acordei… e em uma sessão de terapia falei para o meu psicólogo – cansei de migalhas, quero inteireza. Acho que esse amor só eu posso me dar.

Minha amiga está falando do amor próprio que tanto pregamos e que nem sempre exercitamos. Somos capazes de amar incondicionalmente nossos pais, filhos, amantes, amigos e até desconhecidos e quanto deste amor conseguimos nos dar?

Você consegue se amar incondicionalmente?

Talvez você esteja pensando – Claro que sim!

Você se ama ou apenas gosta de si mesmo?

Mas não é a mesma coisa? Não!

Eu gosto de mim mesma quando me arrumo e gosto do que vejo no espelho ou quando faço alguma coisa legal. Nestes momentos me recompenso com amor.

E nos momentos em que a nossa aparência não agrada ou fazemos alguma coisa que não gostamos, conseguimos nos recompensar da mesma forma?

A grande verdade é que somos os mais severos punidores de nós mesmos.

Amor próprio e auto estima são construídos a partir de fatores semelhantes, ter um pode ajudar a construir o outro. Autoestima vem do orgulho de quem você é e do que você faz. Pode estar relacionado a apenas a um aspecto seu e da sua vida. Por exemplo, seu trabalho.

Já o amor próprio é o sentimento incondicional de amor, aceitação e valorização por si mesmo.

Aceitar quem somos, apesar das falhas e dos pontos frágeis que todos temos. É ter o desejo de se concentrar em você e no que te faz feliz.

A necessidade de criticar a si mesmo, questionar-se e qualificar demais os outros é um sinal que não estamos nos amando como deveríamos.

Para algumas pessoas o amor próprio pôde ser mais facilmente construído, desde a infância. Para outras é um exercício diário, mas que vale muito a pena!

Três aspectos importantes para a construção do amor próprio:

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay 

Auto cuidado

Tratar-se com gentileza, da mesma forma como trataria uma pessoa querida. Reservar um tempo para si mesmo(a) diariamente por mais que a sua rotina seja extenuante.

Priorizar na agenda o cuidado com os vários aspectos que envolvem a vida – física, mental, emocional e espiritual.

Cuidados com o corpo, com alimentação, caminhadas, hidroginástica, contato com a natureza, encontro com amigos, religiosidade,

Respeito por si mesmo

Não ficar o tempo todo criticando ou rechaçando a si mesmo. Aceitar e valorizar quem você é e como está no momento, mas manter uma atitude aberta de aprendizado e de reconhecimento dos seus limites.

Permitir ver-se como um ser humano que comete erros e aprende com eles, reconhecer que não somos perfeitos e nem devemos agir com perfeição.

Autoconhecimento

Quando nos desconhecemos, ignoramos o que nos entristece, motiva ou nos dá prazer. Muitas vezes nos comparamos com outra pessoa que parece lidar melhor com a vida.

Busque formas para conhecer melhor a si mesmo, melhorar a autoestima e o amor próprio: Refletir, fazer terapia, meditação.

É preciso manter a curiosidade para aprender, crescer e evoluir como um ser integral.

A construção do amor próprio exige um esforço consciente

É saudável buscar conscientemente a autovalorização, reconhecer as imperfeições e buscar qualidades em si mesmo. O esforço é um poderoso alimento do amor próprio.

O amor próprio é o que eleva você a respeitar-se, valorizar-se, colocar-se como prioridade, tratar-se com amor, estabelecer limites, ser fiel e perdoar-se a si mesmo.

Quem gosta de si mesmo suscita um respeito natural.

Vale a pena um reforço – Todos os dias ao acordar de manhã pare um tempo no espelho, olhe-se nos olhos (e não nas rugas do rosto ou nas alterações corporais).

Diga a você mesmo: eu me amo intensa e incondicionalmente. Aceito como estou neste momento, busco melhorar para mim mesmo e para o outro, a cada dia e amo todo este processo.

Amor próprio depois dos 50, 60, 70 é saber olhar-se para além dos padrões jovens de beleza. É perceber com amor, aceitação e respeito os sinais do tempo e da idade.

E tenho dito! 🙁

Talvez você também goste...

8 comentários

José Bomfim Alves de Oliveira 01.fev.2020 - 07:32

Ótimo texto, Cida. Importantes as dicas para a valorização pessoal.

Responder
Mª Aparecida Costa 01.fev.2020 - 09:32

Gratidão, meu amigo! Sua opinião sempre é muito importante para mim! Abração!

Responder
Maria Cecília de Almeida 01.fev.2020 - 16:33

Adorei…td muito verdadeiro… Parabéns. Bj

Responder
Mª Aparecida Costa 03.fev.2020 - 07:13

Obrigada Maria Cecilia! Fico muito feliz que tenha gostado! Este retorno é o que nos incentiva! Abração!

Responder
Carmelita Alencar 01.fev.2020 - 11:02

Como é bom ler esses artigos e se sentir dentro deles…Gratidão…

Responder
Mª Aparecida Costa 03.fev.2020 - 07:14

Carmelita, que coisa boa! Então vou te dizer uma coisa – nos identificamos mesmo sem nos conhecer! Sabe que escrevo primeiro para mim. É um exercício, depois publico. Um grande abraço e fica por aqui com a gente, compartilhe, contribua com idéias.

Responder
Mara Barella 07.fev.2020 - 10:52

Adorei seu texto. Muito claro, gostoso de ler e com dicas importantes para construir o amor próprio. Parabéns!!

Responder
Mª Aparecida Costa 07.fev.2020 - 12:05

Mara Barella, obrigada por seu comentário! Amei! Me deixou super feliz! Abração!

Responder

Deixar um Comentário