Afetividade e sexualidade no relacionamento depois dos 50 anos

Os meninos que me perdoem mas depois de um dia de indelicadezas não vão encontrar um mulher amorosa ao anoitecer. Para alguns, afirmativas como estas podem ser “taxadas” de feministas ou justificadas pela cultura, pela forma como fomos criados… mas a verdade é que isto pouco importa.

O que importa é que a mulher – completa, complexa e instigante  tem clareza do que quer, e mais clareza ainda do QUE NÃO QUER em um relacionamento.

Sinceridade, afetividade e respeito  são ingredientes indispensáveis nesta poção mágica e tudo isto passa pelo simples, pelo compartilhar de uma xícara de café, pela divisão de tarefas, pela disponibilidade para ouvir, conversar e juntos, pensar em formas de superar as dificuldades e diferenças individuais.

Já diziam os poetas – em situações de amor não cabem competições, não “há sabe-tudo”, não há finais com vencidos ou vencedores. Aqui os jogos desejados são os jogos solidários, jogo de corpo, jogo de conversa, de compartilhar sensações e emoções – positivas e construtivas.

Os meninos que me perdoem mas depois de um dia de malcriações não vão encontrar uma mulher calorosa ao anoitecer. Namoro fica melhor quando o prazer acontece antes, durante e depois.

Antes –  na intimidade dos gracejos, na cumplicidade do olhar, Durante – na leveza do toque, nas preliminares, na sensibilidade de observar o prazer do outro, Depois quando é prazeroso reviver cada momento. Pimenta é boa quando bem dosada!

Sexualidade é nata, é toque, magia, prazer, enredo, conquista, corpo, bem estar, entrega. Existem medos, preconceitos, desafios e situações que precisam ser conversados e enfrentados. Ainda há mulheres que desconhecem o próprio prazer e se submetem ao desejo egoísta do outro. Muitas vezes para evitar conflitos. 🙁

Da mesma forma existem mulheres que buscam informações e empoderamento para vivenciar o prazer de sua sexualidade depois dos 50, 60, 70 e + de forma natural e prazerosa.

A maturidade ajuda no conhecimento do corpo e na criatividade para nos adaptarmos à uma nova fase da vida em que não se mede satisfação pelo desempenho, mas pelo tempo em que se investe no preparo. Não se espera perfeição na quantidade ou impetuosidade, mas na qualidade e delicadeza dos gestos, do toque, no sentir e no agir.

E mais, se espera que o homem compreenda que a abundância de carinhos pode ajudar – e muito – a superar a deficiência hormonal pós menopausa, dificuldades na lubrificação vaginal e resquícios de timidez que ainda persistem na cabeça de muitas mulheres, pudores com o próprio corpo e o processo de envelhecimento.

A medicina avança e cria novas tecnologias. É importante que a mulher pós menopausa converse com seu ginecologista para avaliar, entre outras necessidades, o uso de cremes vaginais a base de hormônio que ajudarão na manutenção da saúde vaginal.

O uso de gel lubrificante a base de água durante o ato sexual também é um recurso disponível e de fácil acesso. O gel pode e deve fazer parte do jogo sexual, não há vergonha em ter que usá-lo.

Quer saber mais sobre o assunto, acesse:

Como lidar com a dor na relação sexual depois da menopausa

Falando sobre sexo e sexualidade depois dos 50, 60, 70 e …

O que precisamos saber sobre Climatério e Menopausa

Por Maria Aparecida Costa

Assistente Social e Educadora em Saúde Pública com especialização em gerontologia