Um daqueles dias frios em São Paulo em que o nariz recusa-se a ver luz do abajur, mas preciso convencê-lo – e a meu corpo todo – que é hora de sair do cobertor e cumprir a agenda de consulta médica, afinal é a primeira vez que vou à um neurologista.
Lá fora o vento frio corta a pele do rosto e a garoa insistente desorganiza o já desorganizado cabelo, mas é uma consulta importante… Persisto!
Ansiosa com o que vou dizer e ouvir sobre lapsos de memória, idade, neurônios, sedentarismo, fui preparando argumentos que o convencessem que estou no caminho certo, afinal sou uma das pessoas mais ativas que conheço, sou mesmo ligada no 220. 🙂
Ainda bem que o mundo não é sempre quadradinho e pode nos surpreender a qualquer momento. Surpresa, esperança e gratidão foram os sentimentos que as orientações médicas me trouxeram. Em suas palavras o Dr. Vanildo J. Kaupert – neurocirurgia e neurologia – explicou:
Há uma quantidade imensa de cérebro que precisa ser ativado. Você pode ter uma porção de atividades mas estar desenvolvendo sempre as mesmas coisas. É preciso movimentar, fazer coisas diferentes, sair da rotina.
E chama a atenção para três tipos de atividade que estimulam o cérebro, melhoram a qualidade de vida e previnem doenças:
Aprender uma língua diferente da sua
Alguns estudos apontam que aprender uma língua diferente ajudam na prevenção da tão temida degeneração senil. Existem escolas que facilitam o acesso à esses cursos e sites gratuitos de lingua estrangeira. Vale a pena pesquisar. Me interessei pelo Italiano, e você?
Aprender a tocar um instrumento musical
Se você virou o rostinho com desdém, reveja. Escolas e conservatórios musicais não são exclusivos para jovens. Há igrejas e outros espaços religiosos com aulas gratuitas. Pesquise em sua região, veja os locais mais acessíveis para você. Tente!
Viajar para lugares diferentes
Não é preciso falar muito para entendermos o quanto é maravilhoso conhecer pessoas, costumes, alimentos e lugares diferentes. Há várias possibilidades de viajar depois dos 50 anos, especialmente para quem já tem os filhos crescidos. Recentemente minha filha foi fazer uma viagem pelo Nordeste Brasileiro e encontrou uma mochileira francesa fazendo viagens de baixo custo aos 75 anos. Exemplo a ser seguido!!
Nos encontros humanos é possível aprender com o que se fala, com o que se observa e o que se sente. Nessa consulta aprendi mais do que foi dito, aprendi que o encantamento e a esperança são tão poderosos que fazem dissipar a sensação de frio e transformam gotículas de garoa em possibilidades de limpar velhas crenças, permitindo a entrada do novo.
Aprendi o quão é importante ser grata pela capacidade humana de se surpreender, ouvir a apreender as coisas boas para a vida. E você acha o que aprendeu lendo essa matéria?
Contato Dr. Vanildo J. Kaupert
Consultório: ((011) 2941-7626
8 comentários
muito bom!! bora viajar para paises estrangeiros aprender a lingua deles !! kkk sonhar pode???
Sonhar é bom, realizar melhor ainda!!
Viver é muito prazeroso mesmo após os 50. “Enriquei” um pouco mais depois do cinquenta conheci pessoas maravilhosas que me ajudaram a crescer e a cada dia aprendo mais com elas. Obrigada pelas dicas acho que o que me atrapalha é o receio e outra que nem ouso comentar…
Você é uma pessoa especial Marcia! Abração!
Parabéns. Amei mais esta matéria como todas as outras, sempre muito criativas e orientadoras. Sou sua fã.
Mara Barella
Obrigada menina!! <3
Achei maravilhoso o seu texto.Tem dicas ótimas, infelizmente sou medrosa.Gostaria de ter a coragem dessa senhorinha muchileira , mas já estou começando a viajar com filhos , irmãs ou amigas.Sou professora aposentada , filhos adultos e viúva, quem sabe ? Adquiro coragem e começo a viajar sozinha. Brigadão e sucesso na sua página, que aliás acho ótima. Parabéns.
Obrigada Zélia! Quando viajar manda notícias? Beijos!