Todas as vezes que penso em medo lembro-me de uma cena do filme Esqueceram de Mim (1990), onde Kevin McCallister interpretado por Macaulay Culkin teme ir ao porão. Em sua imaginação os eletrodomésticos transformam-se em monstros. A princípio o menino se assusta e foge, até que um dia encoraja-se, enfrenta o medo e consegue calar os monstros.
Nem sempre o medo fica com o papel de vilão. Há momentos em que ele é mocinho da nossa história, protegendo-nos de ações que pudessem colocar nossa integridade física e mental em risco. O medo de perder a vida, por exemplo, desestimula tentativas de atravessar uma avenida com carros em alta velocidade.
Mas ele tem seu lado sombrio e é bem pessoal – cada um tem o seu próprio medo. Você pode ser indiferente à baratas que me causam verdadeiro terror. Medos usam roupagens diferentes: medo de amar, de se relacionar, de dirigir, de altura, de palhaço, de doenças, de morrer, de coisas novas.
O problema muitas vezes não está no evento em si. Os medos surgem da preocupação a respeito do que poderá acontecer – medo de não conseguir realizar, de não agradar aos outros, de passar vergonha. 🙁
Há medos menores; alguns do tamanho da nossa capacidade de enfrentá-los e outros que formam muros tão intransponíveis que podemos precisar de ajuda para enfrentá-los com maior serenidade.
Mas, afinal o que é MEDO?
É um sentimento de insegurança em relação à uma pessoa, situação ou objetos – Situações percebidas como ameaçadoras – física, moral ou de qualquer outra ordem causam sensações que podemos dar outros nomes como: apreensão, ansiedade, angústia – mas são nomes que podem estar se referindo ao medo.
O medo pode ser inconsciente – e nós “desavisados” tomamos decisões sem perceber que o fazemos por insegurança, o que dificulta vivermos situações novas e prazerosas.
Podemos camuflar nossos medos mentindo a nós mesmos. Quer um exemplo disto? – Uma pessoa que evita novos relacionamentos dizendo que a vida está tranquila, mas por trás disto pode ter medos de enfrentar algo novo e os desafios de um relacionamento. O medo também aparece as vezes disfarçado de uma voz crítica que nos diz – “Você não é bom o bastante”!
E tudo isto é muito doloroso
Ao sentir medo nosso corpo se prepara para o famoso “luta” ou “foge”. Isto faz com que o cérebro trabalhe intensamente, aumentando a produção da adrenalina. Podemos nos sentir trêmulos, enjoados, com dores musculares, taquicardia, suores na mãos e pés. Ficamos mais vigilantes e mais sensíveis a tudo o que acontece em nossa volta.
Caminhos para o Enfrentamento
Nenhum medo pode ser considerado bobo. Os medos tem causas diferentes e são sentidos de forma diferente por cada pessoa. Desta forma o enfrentamento também será pessoal e proporcional ao tamanho e prejuízos de cada um deles.
São vários os caminhos que podem ser percorridos: refletir, desmistificar e encarar o medo, buscar ajuda através do desenvolvimento espiritual, apoio entre amigos ou familiares, conhecer práticas de meditação e outras práticas integrativas, buscar ajuda psicológica.
Importante é o movimento de busca, de não permitir paralisar ou intimidar-se!
Por Maria Aparecida Costa
Capa: Imagem de Stefan Keller por Pixabay
4 comentários
Texto sobre o Medo vem de encontro ao momento que estamos vivendo, pois a sociedade como um todo está cm “pânico ” devido ao corona. Adoro teus textos. Muitas vezes os repasso .
Parabéns pela página.
Obrigada por participar conosco! Fico muito feliz em saber que vc gostou do texto e do blog. Um grande abraço a vc!
Parabéns pelo texto! Em biologia se fala muito em reações de luta ou fuga e pouco se fala da terceira reação que é a paralisia e que em muitas espécies animais pode ser até mesmo uma paralisia que imita a morte (tanatose)… obrigada pelas palavras. Grande abraço!
Mônica, é um prazer ter você por aqui. Eu que agradeço suas palavras. Um grande abraço!