Fábulas como Cinderela, Branca de Neve, embalaram e estimularam nosso romantismo desde a infância. Nos contos de fadas, a mocinha representa uma metade que apenas se completa quando encontra sua outra parte, o príncipe. Esta parece ser a fórmula mágica para um final feliz.
Nas fábulas, confunde-se início com epílogo. Uma boa dose de realidade nos faz encarar a verdade de que ao conhecer alguém, nossa história de amor pode estar apenas começando.
Esta ideia de incompletude está arraigada em nossa cultura – só estou completo quando me completo no outro. Isto é uma verdade, em partes. É compensador nos relacionarmos com pessoas com as quais podemos compartilhar apoio e incentivo mútuos.
Porém, quando ancoro minha existência na forma como o outro me trata, flutuo no bem-estar e no movimento do outro. É como se eu transferisse para outra pessoa a responsabilidade pela minha felicidade e lhe desse o poder de administrar meu equilíbrio.
Quando espero e cobro muito do outro, há escassez em mim. Escassez de amor próprio, escassez de autoconhecimento e de autocuidado.
Acreditar que dependo do outro para ser feliz é uma forma de enganar a mim mesmo. Não posso esperar do outro aquilo que preciso dar a mim mesmo. Temos controle (e relativo) apenas das nossas próprias atitudes.
Temos que assumir a responsabilidade pelo próprio bem-estar. A autonomia é um estado de viver muito gratificante, porém exige a disponibilidade para um contínuo processo de autoconhecimento, fortalecimento do amor-próprio e para a busca de realizações pessoais.
Posso existir como pessoa completa. A partir de mim e para mim mesmo. 🙂
Quando busco a minha completude, posso ter relacionamentos mais estáveis, com menos idealizações e mais empatia. Posso transmitir e envolver outras pessoas com a minha energia de bem-querer.
Capa: Imagem de Myriam Zilles por Pixabay
1 comentário
Buscar se conhecer e se relacionar bem consigo pode ser a melhor forma de estar bem com o outro e não depender ,do outro,emocionalmente,