Na adolescência morávamos em uma pequena cidade do interior onde o acesso às notícias era muito prejudicado. Sabíamos o que acontecia no mundo através do rádio. Eram pouquíssimas as casas que tinham televisão.
Mesmo com toda essa dificuldade, somos uma geração privilegiada que assistiu a revolução musical da “Bossa Nova”. Criados ao som das maravilhosas músicas sertanejas (música de raiz), acompanhamos o movimento e o novo jeito de cantar da Música Popular Brasileira que se iniciou no final dos anos 50 com João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
Nossa adolescência e juventude foram povoadas por grandes nomes como Elis Regina, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Nara Leão, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Wanderléia, Vanusa e tantos outros. Quem não se lembra das calças boca de sino? Das camisas com mangas largas enfeitadas com rendinhas?
E Chico Buarque, Caetano, Gilberto Gil, Maria Bethania, e a saudosa Clara Nunes?
Os corações das meninas se encantaram com a música, o jeito de dançar e os filmes de Elvis Presley.
E o que dizer dos The Beatles? Quem nunca ouviu John Lennon cantando Imagine? Outras gerações depois da nossa se encantou e até hoje se encantam com essa música.
De família grande tínhamos várias primas na mesma faixas etária. Não poderia deixar de lembrar dos encontros ingênuos nas tardes de domingo onde colhíamos manga em uma bacia e dançávamos Raul Seixas: “Eu sou a mosca… que pousou em sua sopa…Eu sou a mosca que pintou prá lhe abusar…” 🙂
O primeiro show musical que assistimos na cidade foi de Sérgio Reis que, entre tantas músicas cantou “Menino da Porteira”. Era uma noite muito fria, mas toda a juventude presente acompanhava a letra, cantando a música e o coro era maravilhoso!
Cada um desses nomes citados e tantos cantores que fizeram parte da história da nossa geração merecem destaque pela qualidade da sua música.
São tantos estilos… tantos ritmos… Mas nós tivemos a alegria de conhecer e viver todos eles. Meio juntos… meio misturados… ora um… ora outro!
Lembrar o passado é ótimo, principalmente para resgatar coisas boas… não para deixar o coração apertado. Depois dos 50 podemos valorizar nossos momentos e nossa geração e prestar atenção para a forma como ouvimos música: não precisamos conhecer detalhes da história da música e nem de identificar todos os ritmos para apreciá-las. A musicalidade está presente em todos nós!
“… Ouvir música acalma!”
Música se ouve com a alma! É um momento em que o coração se abre e permite que o som entre e opere milagres!
Precisamos permitir que uma boa música nos acerte (em cheio)! 🙂
Experimente essa sensação: Feche os olhos… deixe que a melodia invada seu espírito! Ouça a letra da música e tente trazer como reflexão para sua vida!
Foto: La petite étoile
