Este poema é de uma sensibilidade que impressiona, especialmente ao sabermos que foi escrita por um adolescente depois de uma visita à um Lar de Idosos.
Ele capta no olhar e no caminhar do idoso a necessidade básica e inerente aos seres vivos – a necessidade de toque, carinho, compreensão, dedicação, benevolência.
A necessidade do idoso é como a de todos outros humanos. Como nós, o idoso precisa apenas de traços de humanidade.
Emocione-se com as palavras do adolescente:
POEMA DO IDOSO
Se meu andar é hesitante e minhas mãos trêmulas, ampare-me.
Se minha audição não é boa e tenho de me esforçar para ouvir o que você está dizendo, procure me entender.
Se minha visão é imperfeita e o meu entendimento escasso, ajude-me com paciência.
Se minha mão treme e derrubo comida na mesa ou no chão, por favor, não se irrite, tentei fazer o que pude.
Se você me encontra na rua, não faça de conta que não me viu. Pare pra conversar comigo.
Sinto-me só.
Se você, na sua sensibilidade, me ver triste e só, simplesmente partilhe comigo um sorriso e seja solidário.
Se lhe contei pela terceira vez a mesma história num só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me.
Se me comporto como criança, cerque-me de carinho.
Se estou com medo da morte e tento negá-la, por favor, ajude-me na preparação para o adeus.
Escrito por Maciel Alves Guimarães da Silva, 14 anos
Extraída de: O Pensador