Jejum intermitente como estratégia para emagrecimento. Funciona ou não?

Fazer jejum ou ficar sem comer é, sem dúvida alguma, a forma mais eficiente para emagrecer, disso ninguém duvida.

A proposta do jejum intermitente, como estratégia para melhorar a saúde, foi inspirada no resultado dos estudos feitos por cientistas a respeito dos efeitos do jejum praticado por muçulmanos no Ramadã (que é o nono mês do calendário islâmico, no qual a maioria deles fazem jejum ritual, o segundo dos cinco pilares do Islão).

Vamos ver do que se trata

O jejum intermitente propõe que você se alimente conforme o seu habito, em alguns momentos e não coma nenhum alimento sólido em outros, jejuando por um período. Existem várias modalidades de jejum, abaixo estão descritas as mais usuais.

É importante deixar claro que para seguir um desses esquemas é necessário o acompanhamento de um nutricionista ou médico endocrinologista que irá solicitar alguns exames e depois sugerir o melhor esquema conforme o caso. Diabéticos, gestantes, pessoas com baixa imunidade, dentre outros, estão desaconselhados a farem jejum intermitente.

• Jejum de 12 horas: pode se alimentar por 12 horas (fazendo três refeições nesse período) e depois ficar 12 horas sem comer, incluindo as horas de sono. Seria como jantar as 19 h e só voltar a comer no dia seguinte as 7 h da manhã.
• Jejum de 16 horas duas vezes por semana: se elege dois dias na semana e não se come nada por 16 horas seguidas. Nas oito horas restantes do dia se faz duas ou três refeições.
• Jejum de 24 horas/dia um ou dois dias da semana: se faz jejum completo por 24 horas seguidas. E como se almoçasse as 12 horas de um dia e só vai comer novamente no meio dia do dia seguinte.
• Jejum 5:2 : nessa opção não é bem um jejum, mas sim uma redução de calorias. Dois dias na semana ingere 500 a 600 calorias, através de refeições mais leve e nos outros cinco dias a alimentação é a habitual.

Estudos mostram que o jejum intermitente leva a perda de peso, com redução na massa gorda e maior preservação da massa muscular, melhoria nos níveis de glicemia, redução na quantidade de colesterol e triglicérides no sangue, diminuição do processo inflamatório, promoção da autofagia (sistema de limpeza dentro das células) que beneficiaria as células do cérebro prevenindo Alzheimer e outras doenças degenerativas e maior longevidade às pessoas.

Outros estudiosos no assunto fazem alguns comentários sobre esses estudos, que provam os benefícios do jejum intermitente. Muitos deles foram feitos em ratos e não apenas em seres humanos; apresentam bons resultados a curto e médio prazo, mas ainda não se sabe tudo o que acontece a longo prazo, após alguns anos na pratica desse jejum. São necessários mais estudos.

Portanto, respondendo à pergunta do título desse texto, a resposta é sim! Esse esquema de alimentação ajuda a perder peso.

Agora, o jejum intermitente oferece mais vantagens do que outras estratégias de emagrecimento?

Um estudo recente que comparou vários tipos de dietas para emagrecimento mostrou mínimas diferenças entre elas, quer na redução de peso ou na melhoria dos níveis de glicose, gordura e inflamação. A diminuição na quantidade de calorias ingeridas por dia é o que faz a diferença, inclusive para promover maior longevidade.

Lembre-se que mais importante do que as dietas pontuais em si é a adoção de hábitos alimentares saudáveis pelo resto da vida. As varias dietas propostas por especialistas podem sim te ajudar a atingir objetivos de perda de peso a curto prazo, mas é a alimentação adequada que manterá o resultado permanentemente.

Por Edina Aparecida T. Trovões

Nutricionista CRN3-1579

e-mail: [email protected]

Matéria publicada inicialmente em Revista City Penha