Negros e negritude – Aulas de história bem contadas nos enredos das escolas de samba e pouco aproveitadas pelos foliões

por Mª Aparecida Costa
publicado em: atualizado em:
Márcia H. Almeida Brandi é
Professora em descanso.
Mineira com orgulho, terra atual e do coração – São Paulo.
Mãe de 3 lindas e empoderadas meninas.

Já há algum tempo conheço Márcia Brandi, professora da Rede Estadual de Ensino em São Paulo e através de suas publicações nas mídias sociais percebo, com carinho e respeito, sua graça, inteligência e pensamento crítico.

Neste carnaval ela fez uma postagem em que chama nossa atenção para uma importante questão social: ano a ano as escolas de samba trazem em seus enredos verdadeiras aulas de história sobre os negros e sua cultura mas este conteúdo, infelizmente, parece se esvair ao final da folia.

Leia e reflita:

Sempre acompanhei os desfiles de escola de samba do Rio e de São Paulo e desde sempre observo que há exaltação e homenagem a negritude e a África em seus sambas enredo. Aulas de história ao alcance de todos.

Mas reconheço que há alguns anos atrás eu não tinha maturidade, conhecimento e informações que tenho hoje para avaliar a repercussão desta questão após a quarta feira de cinza.  

Nas duas cidades a quem me refiro o carnaval tem bastante visibilidade, muitas escolas defendem temas enredo com ênfase na pretitude que tanto queremos, tentamos divulgar e fazer com que nossa identidade seja respeitada por todos.

Nossa ancestralidade sempre é mostrada e no carnaval a sociedade curte, canta, defende suas escolas, mas só dentro das avenidas e sambódromos. Expõem os corpos das mulheres, especialmente das negras, como se atributos de corpos sobrepusessem a história contada.

O tema, a história é estudada por carnavalescos e compositores e contada de forma lúdica e crítica a quem quiser ouvir. As pessoas saem dali e esquecem tudo o que cantam, não se atentam às informações passadas, não registram, não interiorizam, não modificam.

Na quarta-feira de cinzas a sensação é a de que estamos sempre na boca do povo, mas as pessoas ainda não conseguem compreender, respeitar a importância do negro e a nossa representatividade para a cultura brasileira.

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