Na lavoura dessa vida

por Mª Aparecida Costa
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Na lavoura dessa vida, desde cedo pelejei, 

recordo cada semente, que na terra sepultei.

E tive que aprender, que eu só podia colher,

aquilo que plantei.

Aprendi que muito cedo, que o cabra já é testado,

pois sempre tem dois caminhos, frente a frente, lado a lado.

E a gente tem que escolher, a estrada percorrer,

e o caminho a ser trilhado.

Não sou culto, nem letrado, vermelho falo vremeio

Caminho de pés no chão,

e não acho isso feio.

Feio é quem não aprendeu

a cuidar do que é seu

pra cobiçar o alheio.

Eu já vi muita família passando por precisão,

cinco, sete, dez filhos numa seca no sertão,

no meio da desigualdade,

vencendo a dificuldade,

e nenhum vira ladrão.

Todo dia eu peço a Deus,

saúde para trabalhar,

que me dê sabedoria e coragem pra lutar,

e que eu perceba sim, que só vem até mim,

aquilo que eu buscar.

Que eu não sinta inveja da riqueza de ninguém,

e se um dia eu enricar,

que eu não esqueça também,
que granfino ou da ralé,

a gente é o que é,

e não aquilo que têm.

Aquilo que tem valor,

dinheiro nenhum vai comprar.

Sentimentos, Atitudes,

histórias para contar,

todo o resto é passageiro,

e no dia derradeiro,

ninguém consegue levar.

Será mesmo que compensa ter barco,

moto,  carrão,

ter conforto e segurança morando numa mansão?

Mas quando olhar para o espelho,

dá de cara com um  ladrão?

E olhando pro espelho,

refletir na consciência,

é que a gente descobre sem precisar de ciência,

com toda simplicidade,

que caráter e honestidade,

vem de dentro da essência,
e é justo essa essência,

que mostra nossa beleza.

Seja o cabra rico ou pobre,

plebeu ou da realeza,

ter na conta honestidade,
é nossa maior riqueza.

Por Bráulio Bessa

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