Superando as frustrações depois dos 50, 60, 70 e +

Frustração = Expectativas – Realidade

Encontrei na internet a apresentação do conceito de Frustração na forma de equação matemática e a copiei por acreditar que a visualização facilita o raciocínio e a compreensão sobre o tema.  Mas de frustração somos todos “entendidos”. Afinal, quem nunca?

Quem nunca vivenciou aquele momento em que a vontade é de ativar a máquina do tempo e refazer o trajeto? Dessa vez de um jeito diferente esperando conseguir um resultado mais próximo do desejado?

É importante criar projetos… sonhar e fazer planos faz parte do desenvolvimento humano.  Desde pequeninos somos incentivados a buscar realizações nos vários aspectos da vida e é saudável esperarmos que tudo aconteça como desejamos.

Criamos expectativas para a própria aparência, comportamento, desempenho, relacionamentos, trabalho, fatos e situações que nos cercam. E experimentamos algum grau de frustração quando as coisas não são ou não acontecem da forma como gostaríamos e é natural ficarmos decepcionados.

O que varia entre as pessoas é a forma de lidar com esses sentimentos. Muitas vezes a ansiedade e a impaciência contribuem para gerar um excesso de expectativa e quanto maior for a expectativa, maiores as chances de frustração.

Algumas pessoas ficam mais irritadas, tristes, deprimidas, desmotivadas, com sentimentos de impotência e fracasso. Há pessoas que ficam mais agressivas, “generalizam” a frustração, chegando ao extremo de sair dando patada em todo mundo o que a afasta das pessoas e de outros sonhos.

Há outras pessoas que reagem com apatia: Porque as coisas nunca dão certo para mim? Será que vale a pena tentar de novo? A apatia desfoca nossos objetivos e dificulta as possibilidades de os recriar.

E há pessoas com maior capacidade de tolerância à frustração e reagem de uma forma mais otimista. E você como você interpreta e tolera frustrações?

Depois dos 50, 60, 70 é hora de contabilizar as frustrações ou de reinventar as expectativas?

 

Aos 50 anos temos o privilégio de observar ao longo do que já vivemos as coisas que deram certo e as que não aconteceram exatamente como gostaríamos. Podemos olhar para essas últimas com olhar crítico, mas compreendendo que  “Dei o meu melhor“. “Não foi como eu gostaria, mas essa experiência me rendeu uma grande lição”.

Precisamos reconhecer que há um apelo social (quase irresistível) para nos sentarmos na cadeira da frustração a medida que envelhecemos, afinal vivemos em uma sociedade em que é considerado belo o corpo jovem. Além disso temos o desafio de enfrentar as mudanças da vida com o crescimento dos filhos e a aposentadoria.

Hoje as pessoas podem se dar ao direito de não envelhecer na alma. São muitas as possibilidades de vida após os 50, 60, 70 anos. Precisamos encarar as transformações físicas do corpo, as medidas, as rugas, algumas restrições de saúde e lidar com as emoções necessárias para o processo de envelhecimento.

O antônimo de frustração é ACEITAÇÃO. Aceitar e ter a capacidade de sentir prazer com a realidade.

Aceite o corpo que você tem e não o que gostaria de ter. (Vale aqui as possibilidades de melhorar o que for possível) 🙂

Sonhe sonhos factíveis (possíveis de serem realizados), mas sonhe, planeje, realize!

Aprenda a lidar com as pequenas (ou grandes) frustrações da vida. Lembre-se que quem aprende a lutar com a frustração já venceu qualquer batalha.

Pense, estude, busque evolução mental e espiritual. Assuma seus sonhos, expectativas e responsabilidades pelos resultados. Não culpe outras pessoas por suas frustrações.

Ame e agradeça diariamente o dom da vida e as pessoas que estão em sua volta, compreendendo-as como elas são!

E, sobretudo reinvente. Viver exige um processo de reinvenção diária e busca por novos caminhos para realização de sonhos e de uma vida mais plena.

E essa regra não muda depois dos 50, 60, 70… ou mais 🙂

Por Maria Aparecida Costa

Assistente Social e Educadora em Saúde Pública aposentada pela PMSP

Especialista em gerontologia