A importância da fé depois dos 50, 60, 70… anos

por Mª Aparecida Costa
publicado em: atualizado em:

Essa semana, conversando sobre religiosidade com minha filha mais velha, me surpreendeu seus argumentos e a forma como foi resgatando lembranças da minha própria juventude, época em que eu e vários amigos empunhávamos a bandeira da dúvida e defendíamos a livre expressão humana sem religiosidades.
À medida que conversávamos fiquei refletindo sobre as mudanças que foram ocorrendo e como a religiosidade foi tomando forma e ganhando espaço na minha vida e na dos meus amigos.
Quais são os motivos que nos leva à essa mudança? Maturidade? Experiência da vida?

O que nos leva a procurar uma religiosidade?

Há estudos que demonstram que a adesão à uma religião é mais freqüente em pessoas que estão vivendo situações difíceis como doenças ou perdas. E o envelhecimento traz situações novas e desafiadoras a todo o momento. Ao envelhecer pensamos mais em vida e morte e somos desafiados a encarar e nos adaptar às várias mudanças que vão acontecendo em nossas vidas.

Antídoto para muitos males da alma, a fé traz serenidade e sabedoria para compreender e enfrentar as dificuldades da vida e do envelhecimento. Traz conforto, ajuda a encontrar sentido para a vida, além de estimular a convivência com outras pessoas.

Vivenciar uma espiritualidade pode ajudar a aceitar a si mesmo e o processo de envelhecer, a diminuir os níveis de angústia e depressão e a reduzir as chances de doenças e morte.

Como a fé pode ajudar?

Embora no Censo IBGE de 2010 conste que  64% da população brasileira são de católicos e 22% de evangélicos, o Brasil é um país religioso e permeado pela diversidade. Aqui encontramos muçulmanos, umbandistas, budistas, hindus, espíritas, espiritualistas, místicos, agnósticos. ­­

Foto: Pexels

Compreendendo aqui pessoa religiosa – aquela que se define como participante de uma igreja ou instituição religiosa e pessoa espiritualizada – aquela que reconhece uma devoção por uma força maior sem necessariamente possuir crenças ou fazer parte de uma instituição religiosa, quais valores poderiam unir a todos?

Há uma verdade absoluta? Com qual eu me identifico? Escolhemos uma religião por identificação. A escolha é livre. Temos que ser assertivos e entender que a fé traz a possibilidade de evolução pessoal.

Meditar e silenciar o “eu interior” em oração traz serenidade, esperança, transformação, sabedoria, progresso pessoal e estimula desenvolver sentimentos de amor, respeito e gratidão.

Ao perguntarmos para Ramizés – Espirita, como a fé pode nos ajudar, ele responde:

Seja uma pessoa boa dentro da sua religião. A essência da igreja deve ser o amor. Seja luz que acolhe. “Ramizés”

Para  Élio Meneguzzo – Padre Inativo:

Na oração não há necessidade de multiplicar palavras mas apenas SENTIR DEUS EM VOCÊ! Conectar-se com a essência divina que existe dentro de você, vibrar gratidão e amor e procurar ser feliz, viver muito feliz! “Élio – Pegadas da Gratidão

Para Sueli Occulati – Evangélica

A fé é o firme fundamento das coisas que não se vêem mas que se esperam. Pelos olhos da fé enxergo o inexistente. “Sueli”

Quem ama a si mesmo, aceita melhor o outro como ele é. A religiosidade permeada pela fé estimula rever posturas, assumir a responsabilidade e consequências por nossas atitudes, liberta de culpas, mágoas, tristezas, julgamentos, preconceitos, erros e intolerâncias.

Incentiva praticar o amor, o respeito, a solidariedade e a compreensão no dia a dia, todos os dias.

Nos torna melhores como pessoas e como cidadãos. 🙂

Foto de Capa: Pixabay

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