Sou apaixonada por histórias de vida, especialmente de pessoas que precisam de energia e força de vontade para fazê-la tomar um outro rumo. Pessoas que emendam sonhos, recosturam projetos e reiventam trajetórias. 
Pessoas como Eliete Araújo de Barros, de Caicó no Rio Grande do Norte que como muitos brasileiros precisou vencer barreiras para realizar os sonhos de menina.
De alma sensível, Eliete gosta muito de ler o que a ajuda a superar as dificuldades do processo de alfabetização. De família humilde, precisou ajudar em casa desde muito cedo. Voltou a estudar depois que criou os irmãos e filhos, trabalhando como empregada doméstica. Foi aluna de Educação de Jovens e Adultos.
Seu maior encanto está na alegria e esperança com que faz seu relato. Que sua história possa ser motivação para os filhos, netos e para todos nós:
Meu maior sonho desde a infância foi de me tornar pedagoga. Não tive oportunidades de estudar quando jovem, foram muitas situações que me desviaram da realização desse sonho.
Cheguei a fazer seis períodos do curso de filosofia na Universidade Estadual, mas sabia que não era o que eu queria.
Aos 52 anos vivi o dia mais feliz da minha vida: a formatura do curso de pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Minha vida começou a melhor há 13 anos quando passei em um concurso público municipal para Auxiliar de Serviços Gerais e atuo em uma escola.
Hoje com 54 anos tenho 4 filhos e 4 netos, sou divorciada há muitos anos e há 8 anos estou em um novo relacionamento com meu primeiro namorado da adolescência.
Portanto,quero dizer que nunca devemos desistir de nossos sonhos e de ser feliz, pois aos trancos e barrancos eu consegui e quero deixar esse legado para meus filhos, netos e gerações futuras.
Que meu exemplo possa fazê-los entender que nada é impossível para quem têm fé e acredita que um sonho é realizável. É preciso ter força de vontade, porque querer é poder.
Meu sonho ainda não está completo: ainda quero atuar na sala de aula com crianças que amo. Fiz um concurso público para o meu Estado e fui aprovada, mas não sei se vou entrar. Meu foco é trabalhar com crianças jovens ou adultos, sei que um dia chego lá, força de vontade eu tenho e muita!
Aprendo algo novo todo dia e me sinto uma eterna aprendiz.
