Trabalhei anos com diabéticos e sei como são as dúvidas sobre as causas da doença e os cuidados com a pessoa diabética. Por essa razão, super recomendo essa matéria escrita pela nutricionista Edina A.T. Trovões.
O diabetes é comum em pessoas que “vivem depois dos 50”, se você é diabético ou tem alguém na família – leia, anote as informações, adote as mudanças na vida de vocês. Isso pode fazer muita diferença em ter ou não consequências da doença. 🙂
Noções básicas sobre Diabetes.
Informação e mudança de comportamento são as chaves para controle da doença.
Há relatos que desde 1500 anos A.C já se conhecia uma doença onde as pessoas urinavam muito, e por isso o médico Romano Aretaeus chamou-a de diabetes, que significa passar através, como se a água passasse direto por um sifão. Em 1776 percebeu-se que essas mesmas pessoas tinham o sangue doce e foi em 1778 que a relação entre diabetes e pâncreas apareceu. Hoje está mais claro: Diabetes é o aumento na quantidade de açúcar no sangue (hiperglicemia) causado pelo defeito na secreção de insulina pelo pâncreas ou defeito na ação da insulina quando ela está no sangue, ou por causa dos dois motivos.
Veja como a insulina “trabalha” em nosso corpo:
Após ser produzida pelo pâncreas (órgão localizado no abdome entre o estomago e a coluna vertebral), ela vai parar na circulação sanguínea e faz com que a glicose entre na célula.
Se o pâncreas não produz insulina ou a ação dela é prejudicada por outros fatores, a glicose fica acumulada na corrente sanguínea, causando sérias complicações.
Sinais e Sintomas do Diabetes
Por causa do aumento da quantidade de açúcar no sangue a pessoa tem muita sede (polidipsia), bebendo muita água tem muita urina (poliúria). Sente muita fome (polifagia) e perde peso porque a glicose não consegue entrar na célula e fornecer energia, ela fica toda parada no sangue.
A pessoa com diabetes sente desanimo e fraqueza, tem alterações visuais, infecções frequentes de pele e na urina, e feridas nos pés e nas pernas demoram em sarar.
O melhor tratamento é corrigir a quantidade de açúcar no sangue, deixando-o o mais perto do normal ( até 99 mg/dl).
Complicações da doença
Se a glicemia ficar alta em longo prazo pode aparecer alterações na visão chegando a cegueira, problemas nos vasos sanguíneos do coração e cérebro causando derrame e infarto, neuropatia e problemas nas funções dos rins.
Tratamento
Seguir um plano alimentar, individualizado, que ofereça a quantidade certa de calorias e nutrientes para controlar a glicemia, adequado aos hábitos e estilo de vida, praticar exercícios físicos regularmente, fazer uso da medicação ou insulina conforme prescrição médica e monitorar a glicemia periodicamente.
De uma forma geral, a Orientação Nutricional para Diabetes, seria:
- Comer a cada 3 horas, evitando ficar muito tempo sem se alimentar
- Incluir no almoço e jantar, alimentos ricos em fibras como verduras, legumes, se possível com talos e cascas.
- Consumir, de preferência, arroz, macarrão e pão integrais, são ricos em fibras, vitaminas e minerais. Experimentar os farelos de cereais (aveia, trigo, e arroz).
- Consumir frutas de acordo com a orientação do nutricionista, em pequenas porções e, em diferentes refeições. Todas são permitidas. Consuma-as inteiras ao invés de sucos, pois eles concentram mais açúcar natural e tem menor quantidade de fibras.
- Ingerir grãos em geral (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico e soja) nas porções indicadas no seu plano alimentar.
- Adoçar preparações (leite, café, chá, etc) com adoçante artificial.
- Preferir preparações grelhadas, assadas ou cozidas com pouco óleo. Usar óleos vegetais e azeite de oliva.
- Procurar ler com cuidado os rótulos dos produtos industrializados. Não usar os que contêm açúcar, mel, dextrose, glicose ou frutose.
- Fique atento com os produtos light e diet, pois podem conter açúcar ou calorias em excesso.
Eliminar do cardápio, os seguintes alimentos
- Açúcar, açúcar cristal, mascavo ou demerara.
- Mel, geleias, doces, balas, rapadura, sorvete, chocolate, goiabada, marmelada, paçoca, cocada.
- Refrigerantes, groselha, caldo de cana e sucos industrializados adoçados.
- Biscoitos recheados, pães doces, doces de confeitaria e bolos recheados.
- Excesso de batata, inhame, cará, mandioca, mandioquinha, batata doce, arroz, macarrão e farinhas em geral. Escolha um deles por refeição e respeite a sua porção.
Orientação elaborado pelo GENA
Imagens: Centro BD de educação em diabetes
Edina Aparecida Tramarin Trovões
Nutricionista – CRN3-1579
e-mail: [email protected]
Texto inicialmente publicado na Revista City Penha