Observe este diálogo:
— Oi amiga, estou tão confusa nessa nova função aqui no trabalho, não sei nem por onde começar…
— Oi, que bom que você está aqui! Olha hoje o chefe vai estar fora e vamos ter uma comemoração à noite, segura minha bolsa que eu vou ao banheiro e vou aproveitar a ausência dele pra ir ao cabeleireiro.
Esta é uma conversa entre duas colegas de trabalho, um diálogo desconexo e sem entendimento entre as partes. Uma amiga fala de uma coisa e a outra responde outra coisa.
E por que isso acontece?
Porque muitas vezes estamos conversando com as pessoas, mas não estamos presentes na conversa. Na verdade, estamos com a mente ocupada, ouvindo apenas o que está dentro de nós e não damos espaço para ouvir o outro.
Como disse a filósofa Helena Blavatsky, em seu livro “A voz do silêncio”, onde ela relata que a sabedoria tibetana orienta a silenciar nosso interior para nos abrirmos ao som exterior, para as coisas que estão ao nosso redor.
Então o primeiro passo para praticarmos uma comunicação mais compassiva, da compaixão, é saber ouvir o outro e ver suas reais necessidades.
No caso da amiga que estava confusa, era seu primeiro dia na nova função no trabalho e a outra não percebeu porque estava envolvida com seu diálogo interno, ansiosa pela saída com os amigos no final do expediente, ou seja, ela estava com muito “barulho” interno e não conseguiu estar presente na conversa.
Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.
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Capa: Imagem de Anastasia Gepp por Pixabay