Anormal ou diferente?

por Bárbara Bezerra

Uma pessoa disse que sou anormal, mas acho que só sou diferente das pessoas que ela conhece.
Hoje eu vim falar sobre rótulos que podemos dar às pessoas, na tentativa de defini-las e assim tentar compreendê-las.

Mas será que eu definindo uma pessoa me ajuda a me conectar com ela ou pode trazer um distanciamento na nossa relação?

Definir alguém é uma linguagem estática, é como eu achar que a pessoa se resume a ser diferente na minha interpretação e tudo que ela fizer e me incomodar eu vou pensar: Ah, ela age assim porque é anormal, atípica.

Já se ao invés de partir para um rótulo, uma definição eu consiga apenas observar o que eu vejo sobre essa pessoa, sem julgamentos, darei o primeiro passo para me conectar com ela:
Exemplo: Essa pessoa disse que conversa com as plantas
Ou
Ele veste roupas mais coloridas do que os demais colegas
Ou
Ela usa o cabelo de uma forma que não estou acostumada a ver.

Quando faço esse tipo de observação me abre um espaço de curiosidade sobre essa pessoa e pode me apoiar a querer aprender algo novo com ela.

Quando alguém age diferente das demais pessoas, pode não ser acolhido ou compreendido ou mesmo respeitado. E, as vezes, essa forma de agir diferente pode ferir algum valor de alguém ou do grupo.

Nessas situações, as pessoas podem se afastar de quem é rotulado de anormal.
É comum nos relacionarmos mais com pessoas que nos compreendem ou temos maior afinidade e nos relacionarmos com pessoas com crenças ou valores diferentes dos nossos pode ser desconfortável.

Relacionarmos com o diferente, apesar do desconforto inicial, pode ser a oportunidade de aprendermos outros pontos de vista e ampliarmos nossa visão de mundo.

Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.

Contatos:
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Imagem de capa: Freepik


Adaptação de texto do livro “Por trás dos rótulos” do CNV em rede

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