“Sim, posso lidar com o que eu fiz ou deixei de fazer e posso lidar com suas interpretações, mas por favor não misture as duas coisas”.
Marshall Rosenberg.
Vou dar um exemplo de uma possível situação de conflito em casa: a louça suja em cima da pia. Uma das pessoas da casa não lava a louça nos últimos tempos, o que acaba sobrecarregando outra pessoa.
E como começar uma conversa nesse sentido?
Para a pessoa que chega cansada em casa e lava a louça que o outro deixou é óbvio que ela se sente sobrecarregada e pensa que o outro não dá a mínima.
E como a conversa acaba começando?
“Você é um folgado e se aproveita da minha boa vontade para não lavar a louça e eu estou sobrecarregada! ”
O problema é que uma frase como esta não conecta e acaba afastando a outra pessoa, reduzindo a disponibilidade de nos ouvir.
Para haver fluidez na conversa é necessário falar apenas o que se observa, evitando nossas interpretações.
E como podemos fazer uma observação sem julgar?
“Nas últimas 2 semanas lavei a louça todos os dias”.
Veja que descrevi a situação de forma literal, quase como se eu estivesse filmando uma cena. Desta forma aumento a possibilidade de ser ouvida!
Deixo esse exercício para esta semana: o que você acha de tentarmos separar o que observamos (o ato, comportamento, ambiente em si) das possíveis interpretações que faríamos dos fatos?
E, a partir daí, ampliar a disponibilidade do outro vir ao nosso encontro?
Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.
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