Charlotte Perkins Gilmam
Indicado pela amiga Lourdes Cruz, o livro narra a história de uma mulher com sinais de exaustão mental e depressão, levada para tratamento em uma fazenda, por seu marido médico. O tratamento consiste em descansar com a ajuda de uma bela paisagem.
O que chama minha atenção no livro (na realidade um conto) é que embora o marido assuma uma posição de homem bondoso e acolhedor, ele trata a esposa com uma incapaz, silenciando todos as suas necessidades e anseios.
” A palavra do saber e a palavra do amor desse sujeito amenizam o caráter senhoril e autoritário sob a qual a mulher se torna o frágil objeto do conhecimento e do desejo”, escreve Marcia Tiburi na apresentação da obra.
Publicado em 1892, o drama trata com autenticidade, a dor emocional sentida pela personagem. Alguns estudiosos referem que há um tom autobiográfico no conto, uma vez que a própria autora refere uma trajetória de dor e sofrimento.
Charlotte Gilman participou concretamente da busca por direitos da mulher até sua morte em 1935. Sua obra é redescoberta pelo Movimento Feminista norte-Americano na década de 70 e passa a ser utilizada como uma bandeira feminista.
Em resumo, o livro traz mais que a história de uma personagem em sofrimento emocional, ele traz conteúdos do repensar do papel da mulher em uma sociedade machista do século passado e vale pensar que seus questionamentos mostram-se ainda muito atuais.
Recomendamos a leitura e a reflexão.
Grande abraço!
