A comunicação não-violenta engloba um repensar nas relações humanas. É uma forma de se entregar de coração ao falar e nos ajuda a expressarmos nossas vulnerabilidades, ainda que isso possa parecer contraintuitivo porque ficamos inseguros muitas vezes de expor nossos sentimentos e necessidades e que poderíamos fazer papel de bobos ou que a pessoa que nos ouve poderia usar isso contra nós.
Mas o fato é que quem usa a comunicação não-violenta no seu dia a dia percebe uma conexão maior nas suas relações, uma diminuição de conflitos e o estabelecimento de uma cultura de paz.
Quando queremos mergulhar nesse mundo até então desconhecido, precisamos procurar por nosso eu, pelo autoconhecimento, desenvolvermos a autocompaixão para nossas imperfeições e desenvolver a compaixão para as outras pessoas.
Isso, na maioria das vezes dá muito certo, mas existem relacionamentos que são considerados abusivos e que a pessoa que sofre o abuso ou a agressão não consegue sentir compaixão pelo abusador ou agressor e daí a comunicação não-violenta pode não funcionar.
Como exemplo de relacionamento abusivo:
A pessoa que agride faz críticas mentirosas, expõe a vida íntima do outro, o desvaloriza, tenta rebaixar sua reputação, faz xingamentos, agressão física, sexual.
Nesses casos a pessoa agredida está precisando de empatia para ter coragem de sair dessa situação e buscar ajuda psicológica e muito provavelmente deve se afastar do agressor para restabelecer sua autoconfiança, autoestima e a paz na sua vida.
O agressor, por sua vez, deve receber empatia também, mas provavelmente por outra pessoa, principalmente por pessoas que trabalhem com a justiça restaurativa que aos poucos vai trazendo à consciência os atos praticados pelo agressor e suas consequências, trazendo novos caminhos a trilhar, caminhos mais humanos, pois só desumaniza alguém quem está desumanizando a si mesmo.
Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.
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