Num seminário uma mulher tinha dito como seu pedido tinha se voltado contra ela.
Ela havia pedido ao marido que não ficasse até mais tarde no trabalho e saísse pelo menos 2 dias na semana mais cedo de lá.
Passado 15 dias o marido veio com a notícia: – Querida vou fazer o que me pediu, vou sair 2 vezes mais cedo do trabalho, acabei de me matricular num curso de golfe!
A mulher havia pedido para o marido sair mais cedo do trabalho para ficar mais tempo com ela e com as crianças, mas o marido entendeu que fosse para ter um tempo de lazer.
O fato é que ela disse o que não queria (que ele ficasse até tarde no serviço), mas se esqueceu de dizer o que ela realmente queria, o que ela precisava, que era a companhia dele.
Esta história está no livro comunicação não-violenta de Marshall Rosenberg.
Talvez você pense, mas não era óbvio o que a mulher pediu? Como o marido não entendeu? Muitas vezes o que é óbvio pra mim não é para o outro.
Por isso, para que uma conversa seja mais assertiva precisamos expor nossas necessidades para que possamos ser ouvidos realmente.
Quais são as suas necessidades?
Amor? Reconhecimento? Cooperação? Confiança? Ordem? Espaço? Autonomia? Aceitação? Veja quanto vocabulário temos para isso.
Proponho que busquemos no próprio google as necessidades humanas para que nos apropriemos desse vocabulário tão importante para nós.
Perceber as necessidades do outro também é importante para que nos oriente em estabelecer uma conexão. Podemos também perguntar qual é a necessidade da pessoa: Por exemplo: Você precisa de ordem, organização? E a pessoa pode responder: Não. Não é bem isso. Eu preciso de apoio e reconhecimento!
Neste diálogo quem pergunta não acerta o que o outro precisa e …. tudo bem. Mesmo não acertando, quando perguntamos, a outra pessoa no geral percebe que há um esforço da sua parte em exercitar a empatia e isso traz conexão.
Então proponho que nos observemos no que precisamos, no que é importante para nós e para o outro a fim de estabelecermos uma relação em que haja empatia, que é a capacidade de entendermos o outro a partir da visão do outro.
Um abraço a todos!
Bárbara Bezerra
Cirurgiã Dentista, mãe do Gabriel e esposa do Fernando, estudiosa da comunicação não-violenta e que tem como hobby fazer caminhada e ler livros.
Capa: Imagem de Brad Dorsey por Pixabay