Pau de Enchente

por Mª Aparecida Costa

Autora: Ana Regina Carnavalli Parra

Tem gente nesta Terra

que parece pau de enchente:

se vira, enrosca,

desce ladeira,

bate na encosta.

Fica a margem,

aguarda passagem.

Mistura-se com outros.

Encharca-se.

Gruda no lixo,

cai no precipício.

Segue acolhido em algum pé de árvore.

Folhas de enxurrada

aproveitam o seu suporte.

Faz contenção.

Serve para navegação.

Ajuda no sufoco de alguém.

Presta-se de ponte.

Quando se isola, carrega algum traste.

Vira apelido de indeciso.

Vive boiando

ou trancando alguém.

Ana Regina Carnavalli Parra

Educadora em Saúde Pública

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Publicado no Livro Elas e as letras: Insubmissão Ancestral

In-Infinita

Livraria Sororidade

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