Este mês, por indicação da amiga Lourdes Cruz, li o livro O Frango Ensopado da Minha Mãe (Nina Horta – Companhia das Letras), uma coletânea de crônicas com relatos de infância, viagens, encontros e reflexões, recheados de sabedoria culinária.
O livro fascina pela qualidade da escrita. Nina Horta escreve de forma tão natural que por vezes me parecia estar ouvindo-a, sentadas à beira de um fogão de lenha, aquecidas pelo calor de suas chamas.
Há muito se sabe que ler um livro e contar o enredo para outra pessoa é um excelente exercício para a memória. E se o livro for uma coletânea de crônicas? Instiga ainda mais porque o desafio é memorizar cada um delas. Pelo menos lembrar qual o tema da narrativa. 🙂
Minha curiosidade foi sendo atiçada à cada página, à cada informação sobre alimentos ou receitas. Mas quando chegou à pagina 134 do livro, a receita “Arroz de Meeta”, minha curiosidade transformou-se em ação.
Eis a receita:
“Derreter cem gramas de manteiga na panela de pressão e juntar quatro cravos da índia, uma folha de louro, uma canela em pau e seis grãos de pimenta-do-reino. Misturar dois copos de arroz bem lavado, escorrido e seco. Acrescentar água fervente até cobrir o arroz (um dedo acima). Tampar e quando pegar pressão deixar cozinhar por cinco minutos. Desligar, não abrir até acabar toda a pressão.”
Vencido o “tantinho” de medo de não agradar ao paladar da família, preparei metade da receita. Mas o cheiro que se desprendia da panela ao ferver já prenunciava o sequestro ao aroma.
E ao abrir a panela e ver este arroz soltinho, com cozimento perfeito, com cheirinho levemente adocicado, ganhei confiança de que o sabor também agradaria.
E todas estas impressões se confirmaram. Indico o livro, o exercício da memória e as ações culinárias. Aliás, quem se arriscar com outras receitas, manda as dicas ai. Fico grata!