Estudos e pesquisas mostram o que mudou
Antes dessa pandemia chegar era comum ver pessoas preocupadas com a dieta, o peso ideal e a busca dos melhores alimentos para potencializar a saúde.
Com o anúncio da pandemia, mais pessoas buscaram informações sobre alimentos saudáveis e que melhorassem a imunidade, vimos que aumentou as vendas de Vitamina C, D e zinco, produtos de limpeza, desinfetantes, álcool gel e cloro.
Nesse contexto, de se prevenir e se cuidar contra uma eventual contaminação, era esperado que as pessoas buscassem ainda mais uma alimentação saudável, entretanto as pesquisas mostram que isso não aconteceu. O que mais chamou a atenção foi o aumento na venda de farinha de trigo, leite condensado e alimentos ultraprocessados.
Esses alimentos vão na contramão das orientações e parece que agora, para uma parcela da população, deixa de ter importância os alimentos sem glúten e sem lactose, de baixa calorias e os mais naturais possíveis.
A quarentena impôs uma nova rotina na vida de muitas pessoas e aqui vamos focar na questão da rotina alimentar.
O que mudou?
Quem pode trabalhar de casa, em home office, se deparou com a flexibilidade de horários, desorganização da rotina habitual, mudanças nos horários e local das refeições, das companhias e tudo mais que envolvia o ato de comer.
Quem precisou continuar se deslocando para seu local de trabalho teve que se adaptar a uma nova realidade: restaurantes fechados e de não ter um local adequado para comer (no caso de pedir delivery ou levar marmita).
Mudanças geraram estresse e levaram a novos comportamentos. Vamos conhecer alguns deles:
A Fiocruz de Brasília mostrou, em debate sobre “Alimentação em tempos de pandemia”, que aumentou o consumo de alimentos de maior praticidade, como os ultraprocessados. Eles são fáceis de estocar evitando assim muitas saídas de casa, são práticos para consumo, e servem como petisco para comer próximo ao computador enquanto se trabalha.
O site saúde.estadao.com.br publicou: “Na quarentena, assar pão e bolo ganha espaço e aumenta procura por farinha. Hábito é visto como hobby e alternativa para não sair na rua durante pandemia”.
No Google, pesquisas mostram que o interesse de brasileiros por receitas de bolo quase dobrou no fim de março em relação a qualquer outro período de 2019 e a de pães quadruplicou.
Podemos checar isso facilmente nas redes sociais onde milhares de pessoas compartilham imagens de seus feitos e de suas preparações durante a quarentena. Aumentou a postagem de receitas, fotos de bolos e pães.
Quais os gêneros alimentícios que estão sendo mais procurados?
A Associação Brasileira da Indústria do Trigo – Abitrigo, publica no seu site o aumento na procura de farinha de trigo após a escalada da pandemia do novo coronavírus no país.
A Embrapa Gado de Leite divulgou pesquisa sobre as mudanças de comportamento do consumidor brasileiro de lácteos durante a pandemia de Covid-19. Os consumidores aumentaram as compras de manteiga, creme de leite, iogurte, leite condensado e leite UHT.
Ainda é cedo para uma conclusão sobre o que irá acontecer após tudo isso passar. Hoje, tudo indica que a segurança alimentar e nutricional da população foi muito afetada, além disso tivemos a suspensão da merenda escolar para as crianças, sem mencionar o aumento das demissões e a impossibilidade de os autônomos trabalharem.
Edina Aparecida T. Trovões
Nutricionista – CRN3- 1579
e-mail: [email protected] – Fone: (11) 2307-1551
Capa: Imagem de Pexels por Pixabay
Matéria publicada na Revista City