As Palavras tem o poder de Motivar ou de fazer hesitar

por Mª Aparecida Costa
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No final de semana tive o privilégio de acordar com o canto de um bem-te-vi próximo à janela do meu quarto. Maravilhada, decido filmar com a câmera do celular, abro a janela sorrateiramente mas o pássaro foge… levando seu canto. Deixa apenas a lembrança prazerosa daquele despertar.

Como o canto, as palavras tem o dom de ficarem guardadas em nossa memória. Lembro-me com exatidão das doces palavras da Professora Maria Helena na Primeira Série do Ensino Fundamental – palavras que despertaram curiosidade por aprender.

Com a mesma intensidade lembro-me de rudes palavras que ouvi na adolescência – palavras amargas que machucaram e que retardaram meus passos.

Palavras quando proferidas não tem corretivos, acertos e nem remendos. Elas expressam o pensamento, vem carregadas de sentidos e sentimentos e ganham força quando unem-se ao olhar.

Há palavras que ferem, que divertem, que confortam, que ensinam, que empoderam. Há palavras que te motivam a seguir e outras que te fazem hesitar.”

Há línguas ferinas que não convencem e palavras doces que não acalentam, porque as palavras formam-se mais profundamente que em nossos lábios. Elas são a expressão da alma, da capacidade de captar e doar energias de amor e cuidado.

Prestar atenção ao que se diz é atentar para quem somos e o que transmitimos aos outros através do olhar, dos gestos, da expressão corporal… e do silêncio. As palavras desvendam nosso interior, nosso equilíbrio e nossa assertividade.

O poder da palavra tem sido reconhecido e valorizado inclusive no mundo corporativo. Hoje as empresas adotam conteúdos de comunicação não violenta e discutem com seus trabalhadores como se relacionar de uma forma mais saudável no ambiente de trabalho.

Refletem sobre como conduzir uma avaliação do trabalhador, por exemplo, em que se pontua “pontos positivos e pontos a serem melhorados” com respeito e empoderamento, de forma que o trabalhador compreenda seu potencial e motive-se a melhorar em suas dificuldades.

Em qualquer espaço social ou familiar é importante falar o que sente e o que dói. Faz bem para a saúde mental. Faz melhor ainda quando o fazemos com tolerância e empatia. Afinal desconhecemos o que vai no coração do outro e quais são suas motivações.

Compreender que minhas palavras tem efeito, pensar em como estou me sentindo, elaborar de forma sincera meus pensamentos e sentimentos, agir pensadamente, tentar compreender o universo do outro como diferente do meu – são sugestões de como posso melhorar minha comunicação.

Inspirados na autenticidade de uma criança, talvez possamos permitir que a palavra cumpra o seu dom mais sagrado: de confortar e de trazer positividade para nossas relações.

Que as palavras sejam um meio de lembrar nossa humanidade, de promover mudanças e crescimento pessoal, com a certeza que a mais difícil realidade será melhor encarada se vier embalada com zelo.

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