Sexualidade Feminina depois dos 50 – Romantismo e surpresas dão toques especiais

Em matéria de junho de 2019 a Revista Veja publicou pesquisa realizada pela sexóloga Cátia Damasceno com mais de três mil mulheres com idades entre 18 e 45 anos, em relacionamento afetivo estável.

Na pesquisa constatou-se que 60% das mulheres desejam ter relações sexuais mais frequentes e de melhor qualidade. Quase 50% das mulheres referem sonhar em ver o companheiro se comportar como no início da relação com ações de romantismo e surpresas.

Há um movimento de empoderamento feminino, a cada geração a mulher vem quebrando aquela velha crença de que o homem é o varão e seu apetite sexual está sempre em alta, enquanto sua parceira esquiva-se do sexo utilizando a  antiga desculpa da dor de cabeça. 🙁

Embora permaneça certo pudor na liberdade sexual feminina, hoje a mulher exige mais. Quer que seu parceiro esteja mais atento aos seus desejos sexuais, mais abertos à coisas novas e com maior iniciativa na cama.

Mas a pesquisa foi realizada com mulheres de 18 a 45 anos e neste momento você pode estar se perguntando –  e o que desejam as mulheres com mais de 50 anos?

Neste blog há várias textos em que abordamos a sexualidade, e em todos eles fica claro que a vivência, as trocas afetivas e sexuais não tem idade e nem finitude. Se faz bem para as mulheres adultas jovens, o faz igualmente para as mais “experientes”.  🙂

Tenho orgulho de pensar que, por mais difícil que tenha sido, nossa geração foi precursora de muitas mudanças em várias áreas da vida social. Na década de 60 e 70 aconteceram várias “revoluções” – na música, no sexo, no protagonismo feminino.

Então, temos TUDO a ver com isto. Nossa geração fortaleceu as mulheres para buscarem viver de forma prazerosa sua intimidade sexual. Vejam que em gerações anteriores à nossa, muitas mulheres não podiam demonstrar prazer, orgasmo ou qualquer iniciativa com seus maridos, sob o risco de ser inquirida – Onde você aprendeu isto?  

Eram tantos preconceitos envolvendo a sexualidade femina que desconsideravam que o desejo sexual é nato e sua aprendizagem é espontânea. Não é preciso ensinar a outro que “cheiro no cangote” é bom.

Nada muda em termos de desejo, expectativa e sonhos à medida que envelhecemos. A única novidade são as transformações do corpo feminino e masculino e a necessidade de nos adaptarmos à estas mudanças.

Sexualidade é mais que um ato sexual. É possível ter uma vida sexual com boa qualidade e frequência e o único termômetro é quando os dois estão satisfeitos.

Para a psicóloga Meire Saleh Sleiman Rizzatto
As expectativas na intimidade sexual variam muito e dependem da relação estabelecida entre os casais. Mas o romantismo e as surpresas sempre dão toques especiais.

Muitas pessoas levam para seus relacionamentos infinitas expectativas românticas que não se realizarão. Há um grande contraste entre o relacionamento idealizado e o vivenciado.

Toda e qualquer relação é carregada de conflito e tensão.

A psicóloga lembra que muitas pessoas ficam presas às idealizações e esquecem de temperar o romance com a realidade. Reforça que é preciso haver equilíbrio entre amor e os desapontamentos que muitas vezes geram hostilidade e muitas cobranças .

Em outras palavras, é preciso olhar para o relacionamento acreditando que é na realidade do dia a dia, nos desafios diários, nos perdões, no companheirismo e nas possibilidades de diálogo, que se encontra o segredo para uma convivência de amor.

É através da possibilidade de conversar sobre desejos, fantasias, necessidades e dificuldades e  na re-descoberta do toque e do cheiro inédito em um corpo já conhecido que pode estar o segredo para a satisfação sexual dos dois, aos 40, 50, 60 ou mais! 🙂

Por Maria Aparecida Costa

Assistente Social e Educadora em Saúde Pública com especialização em Gerontologia

Meire Saleh Sleiman Rizzatto é Psicóloga Clínica

Consultório: (011) 2093-6655 – Tatuapé – São Paulo